Entre o público jovem, os programas de fofoca tradicionais já têm um substituto na internet: o canal “OK OK!”, espécie de “TMZ” brasileiro no YouTube que soma 96,7 milhões de visualizações desde sua criação, em 2014. A página é atualizada de segunda a sábado.
Produzido pela Rede Snack, que gera conteúdos para a plataforma de vídeos, o programa é comandado por Fernanda Braz, 33, cineasta de formação que abandonou os empregos formais para se dedicar ao projeto.
“Quando me convidaram, encarei como um trabalho comum”, diz ela, que foi indicada para o Meus Prêmios Nick 2015 na categoria “webstar” (ou estrela da internet).
(BIANCA SOARES)

Como é a rotina de produção?
Não tem muita diferença em relação aos meus antigos trabalhos. É um ritmo bem intenso. Todos os dias escrevo o roteiro, o narrador grava, editamos e vai ao ar.

Como você pensa o conteúdo?
É aí que está a maior diferença quando comparamos com a TV. Não escolho a notícia que renderia mais cliques, mas a que me permite aproveitar as possibilidades da plataforma, a que é engraçada e se enquadra na linguagem de internet.

A internet tem afastado as pessoas da televisão?
O problema não está no “retângulo TV”, até porque as pessoas assistem a séries ali. A questão é o conteúdo. É preciso adaptar o ritmo. A TV, hoje, é muito lenta. Dá preguiça. Não existe mais o hábito de assistir, pelo menos não aquele que conhecíamos. A TV precisa fazer produtos para outras telas.

Sua profissão é “youtuber”. As pessoas entendem isso?
Quando entrei na faculdade de cinema, me perguntavam se seria atriz. Mas o ápice da confusão é agora, quando digo que faço vídeos para o YouTube. Perguntam: “Você recebe para isso?”. É trabalho, claro que recebo, e mais do que [como produtora] na MTV.

Quer ir para a TV?
Sim, temos um piloto em negociação. Fizemos alterações, porque apenas repetir o conteúdo não adianta.