quinta-feira, 23 de junho de 2011

Rede Globo muda telejornal para tentar salvar ibope e atrair classe C

http://comercial2.redeglobo.com.br/programacao/PublishingImages/Bom_Dia_Brasil_peq.jpg
A reviravolta das cadeiras que a Central Globo de Jornalismo promoveu em seus telejornais matinais e vespertinos, anunciada ontem pela Folha, tem dois motivos: estancar a perda de participação dos programas em número de TVs ligadas (share) e, mais ainda, popularizar esses produtos de forma a atrair a agora cobiçada classe C.
Para tanto, a emissora agora colocou na bancada Chico Pinheiro, cujo perfil é considerado mais popular, para suceder Renato Machado. Também incluiu nas edições um comentarista policial (Rodrigo Pimentel), e vem priorizando pautas e notícias que atendam também ao interesse da população de baixa renda. O "Bom Dia Brasil" que Machado ancorou nos últimos 15 anos foi considerado elitista demais para o público C. Machado agora será correspondente da Rede Globo em Londres.
Levantamento de audiência desde 2003 mostra que esse telejornal estagnou em ibope, mas perdeu mais de uma em cada cinco TVs ligadas nesse mesmo período. Ou seja, um em cada cinco domicílios pararam de assistir ao jornal matinal da Globo, que é exibido em rede nacional. A mobilização da Globo se deve ao fato de que, a despeito do share cair, o número de TVs ligadas aumentou mais de 50% entre 2003 e 2011 -- de 16% para 24%.
A melhoria e avanço da economia nacional e das classes mais desfavorecidas fez com que mais pessoas comprassem TVs nos últimos anos; mais pessoas passaram a assistir jornais matinais na TV, mas, mesmo assim, esse novo público não está sintonizando a Globo.
"Share" é a porcentagem de TVs assistindo a um programa dentro do universo de TV's ligadas. Em 2003, mais da metade das TVs ligadas pela manhã na Grande São Paulo (52,3%) assistiam todos os dias ao "Bom Dia Brasil". Este ano, até o último dia 17, esse índice caiu para 37,2%.
O início da crise no "Bom Dia Brasil" da Globo ocorre justamente após 2003, quando a Rede Record estreia o "Fala Brasil" em versão jornalística. Até então o programa era uma espécie de revista eletrônica de amenidades.
Desde que virou telejornal, o "Fala Brasil da Record cresceu mais de 450% no ibope: de 1,1 ponto para 6,1 pontos. O share também cresceu de forma notável, de 6,5% oito anos atrás para 25,3%, crescimento de 289%
Outras emissoras também foram abaladas pela concorrência da Record, especialmente o SBT, que perdeu um quarto do ibope e quase metade do share desde 2003.

 Ricardo Feltrin
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