Mudanças e avanços na TV só acontecerão depois que TVs perderem o medo do novo

Os avanços que todos desejam para a programação da televisão brasileira não acontecerão do dia para a noite, mas serão realizados de forma gradual acompanhando a transformação do próprio telespectador. Este é o pensamento geral dos executivos das diversas emissoras de TV, que reconhecem o quanto é difícil este momento de transição onde nem os mais apaixonados pelos programas da telinha sabem exatamente o que desejam assistir.
Por que, mesmo com o desejo de mudança, o público reage negativamente ao novo? Esta é uma das questões mais comuns nas discussões sobre as reformas que são necessárias e no cálculo do quanto vale a pena arriscar. A Rede Globo, por exemplo, viu seus índices caírem com “Além do Horizonte”, uma novela que veio com uma proposta diferente de história e que teve dificuldades para agradar até os maios jovens. “Meu Pedacinho de Chão” também não foi amor à primeira vista, já que muitos estranharam o tom lúdico e o carregado das cores. As duas novelas foram desenvolvidas a partir de pesquisas que apontavam o que o público gostaria de assistir na TV.
Diante da difícil equação que soma resultado de pesquisa, necessidade de mudança e reação do público poucos são os momentos de ousadia das emissoras de TV e muitos são os formatos apelativos que passam pelo sangue, violência, sexo e baixarias. Com medo de perder audiência ou desejosos para abocanhar o que é do concorrente, as TVs realizarão os avanços de forma lenta, adiando ao máximo o que é necessário.