quinta-feira, 26 de junho de 2014

"Tinha medo de ser só a Valéria", confessa humorista do "Zorra Total"

Em seu quinto ano no "Zorra Total", da Rede Globo, o humorista Rodrigo Sant'anna (foto) ainda é constantemente chamado nas ruas de Valéria, transexual famosa pelo bordão "Ai, como eu tô bandida", que brinca com a ingênua Janete (Thalita Carauta). O ator de 33 anos revelou ao Notícias da TV ter ficado com medo de ser conhecido apenas por uma personagem e que isso atrapalha a criação de novas caricaturas.
"Tinha muito medo de ficar estereotipado como a Valéria. Essa é a minha maior preocupação, sempre trazer novos personagens, novos tipos, poder sempre criar coisas novas, porque acho que o humor também é feito de renovação", confessa Rodrigo Sant'anna.
Após quatro anos no elenco do extinto "A Turma do Didi", Rodrigo Sant'anna foi remanejado para o "Zorra Total", em 2010, interpretando o malandro Admilson. Atualmente, faz a mendiga Adelaide, a motorista de ônibus lésbica Soninha Sapatão e o manifestante "emo" Pop. O humorista, entretanto, reconhece que Valéria é a mais lembrada por estar há mais tempo no programa.
"Valéria é a personagem que eu faço há mais tempo no Zorra. Por um bom tempo, enquanto ela estiver no ar, a primeira referência das pessoas é sempre ela. Mas também me chamam de '50 centarro', por causa da Adelaide, e de Admílson. De certa forma, as pessoas guardam com carinho os personagens", alegra-se o ator, que trará para São Paulo, a partir de 9 de agosto, a peça "Lotação Quase Esgotada", em que interpreta 23 personagens, atualmente em cartaz no Rio de Janeiro.
Seu novo quadro no "Zorra Total" deverá ser com um personagem antigo. O diretor do programa, Maurício Sherman, quer "ressuscitar" o impaciente Saraiva, um dos mais lembrados do humorístico, famoso pelo bordão "Pergunta idiota, tolerância zero" e que saiu do ar após a morte de seu intérprete, Francisco Milani (1936-2005). Sant'anna chegou a ser escalado, mas o projeto foi adiado, e o personagem ainda não tem data para retornar ao programa.
"Estamos repensando a possibilidade, ainda não foi batido o martelo. Fizemos um experimento, não chegou nem a ser uma gravação. A gente está experimentando para rever se vale a pena manter o mesmo formato, se vale a pena vir agora, ainda é uma hipótese. Foi uma ideia em comum acordo com a direção do programa. Vai ser uma honra fazer o Saraiva, eu era fã do Francisco Milani", afirma.
O humorista critica a perseguição sofrida pela nova geração de humoristas. Para Sant'anna, as pessoas enxergam o humor de maneira preconceituosa e se esquecem de se preocupar com assuntos mais relevantes para a sociedade.
"As pessoas ultimamente estão muito preocupadas se um personagem afeta ou não, e não no que é relevante para a evolução do nosso país, como políticos roubando, a roubalheira da Copa, a gente não ter candidato possível de se votar. As pessoas resolvem olhar para o humor de uma maneira preconceituosa ao invés de reinvidicar o que têm por direito, um país com educação, saúde. É revoltante as pessoas perderem tempo diante de questões tão banais. Há pessoas com um humor mais ácido que sofrem com isso de maneira muito cruel", desabafa.


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