segunda-feira, 7 de março de 2016

"Tenho dó dos meninos do 'Pânico'", diz líder do "carrasco" "Encrenca"

Programa cuja principal atração são vídeos da internet, o tosco "Encrenca" virou uma pedra no sapato do "sofisticado" "Pânico na Band" (Bandeirantes). Embora de produção muito mais rica, o humorístico da Band parece não saber mais o que fazer para enfrentar o programa que o substituiu na RedeTV! e que, desde o final do ano passado, ganhou musculatura no Ibope e, consequentemente, grandes anunciantes como a Coca-Cola. Em 2016, o "Encrenca" teve mais audiência do que o "Pânico" em seis de dez disputas (sem contar a de ontem).
Para tentar ajudar o "Pânico", que entra no ar mais tarde do que o "Encrenca", a Band repaginou o enlatado "Só Risos", que bate de frente no Ibope com o humorístico da RedeTV!. Desde junho de 2015, o "Só Risos" exibe vídeos engraçados que viralizam nas redes sociais com narração de integrantes do "Pânico". Exatamente o que faz o "Encrenca" no 'Zap Zap', seu quadro de maior sucesso.
"Tenho dó dos meninos do Pânico, porque eles são ótimos como humoristas, mas o Só Risos é uma vergonha, uma cópia descarada e malfeita do nosso programa. Dá para perceber que os caras não gostam de fazer isso", provoca Tatola Godas, líder do Encrenca. "Eles [a Band] já tentaram de tudo para nos bater. Colocaram filmes, Datena, MasterChef, gostosonas quase peladas, Milton Neves e futebol feminino, mas nada parece dar certo", acrescenta.
Nos melhores dias, o "Encrenca" supera a casa dos cinco pontos no Ibope da Grande São Paulo, com picos de sete. Herda uma audiência sofrível do "Chega Mais", que o antecede. Mas quadruplica os números em questão de minutos. Contra a Band, enfrenta o final do "Terceiro Tempo", todo o "Só Risos" e uma hora e meia de "Pânico". Domingo passado, cravou média de 5,8 pontos, contra 5,3 do programa de Emílio Surita.
"Viemos aqui para dar audiência. Não adianta fazer uma coisa toda bonitinha, investir R$ 50 mil em um quadro de 20 minutos, sendo que não é isso que o povo quer ver", explica o diretor Ricardo de Barros. "Fazemos quadros de 30 segundos, um minuto, para colocar um ritmo mais dinâmico. E as pessoas preferem esse modelo. É o que tem dado certo para nós."

Investimentos

As frequentes vitórias contra o "Pânico na Band" atraíram o olhar do mercado publicitário, e o "Encrenca" conquistou em 2016 três grandes anunciantes (Coca-Cola, Nike e Tim). Mas, apesar da "riqueza", a produção continua pobrinha.
"A gente se vira com pouca verba e curtimos fazer dessa maneira. Conseguimos estimular mais a nossa criatividade", afirma Ricardinho Mendonça, integrante do programa. "O pessoal de casa gosta desse lance mais tosco. E a gente consegue se virar bem com o que temos em mãos", acrescenta Dennys Motta.
Prestes a completar dois anos na grade da RedeTV!, o time do "Encrenca" diz buscar um caminho contrário ao do "Pânico", sobretudo na maneira de fazer humor.
"Nosso maior investimento é em criatividade. Temos um processo de criação muito forte, a gente não sossega. Conseguimos entender o que o povo de casa gosta e fazemos um trabalho que não obriga o cara que está em casa a assistir ao programa escondido, que tenha que fazer o filho sair da sala ou que o faça ficar constrangido na frente de sua mulher. Não ofendemos ninguém. O maior desafio do Encrenca é fazer a família se reunir para nos assistir", diz Tatola.

Constragimento

Uma das premissas do quarteto é evitar situações embaraçosas, que possam ofender o telespectador e também quem participa dos quadros. Essa medida é mantida pelo grupo desde 2012, quando estrearam o programa "Quem Não Faz Toma", rádio 89 FM. De lá, eles migraram para a TV - caminho igual ao do "Pânico" -, mantendo a mesma maneira de praticar humor.
"Tem artista que morre de medo de ir no programa do Pânico na rádio, mas adora ir no Quem Não Faz Toma. Com a gente, o cara não vai ser sacaneado e nem humilhado. Nós tiramos um barato com a nossa própria cara e o convidado entra na brincadeira", comenta Mendonça. "Nós não somos humoristas, somos amigos bem-humorados. Isso faz toda a diferença", finaliza Tatola.






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