Autor da Rede Record reclama que emissora só tem jornalismo

Autor de "Pecado Mortal", Carlos Lombardi (foto) atribui o fracasso de sua novela ao fato de a Rede Record ser uma "televisão de jornalismo", e não de ficção. "Pecado Mortal" agradou à crítica e aos noveleiros mais assíduos, mas, sem "sustentação na grade", nas últimas semanas vem marcando apenas 05 pontos na Grande São Paulo. Terá o final antecipado para abril.
"Acho que falta dramaturgia na Record. A Record hoje é uma televisão de jornalismo", reclama. Para Lombardi, como quase não tem ficção na programação da emissora, Pecado Mortal "é só um detalhe", que o "público não vai buscar", permanece na Globo, onde a oferta de dramaturgia é muito maior.
Lombardi tem razão. A Record veicula atualmente 10 horas e meia de telejornais por dia. Ou seja, quase metade de sua programação é jornalística. Há somente uma novela, com 45 minutos de duração. Enquanto isso, na Globo, são mais de seis horas de novelas e minisséries diariamente.
Lombardi afirma que "Pecado Mortal" também sofre com as estratégias da Rede Globo, que chegou a esticar "Amor à Vida" até perto das 23h, segurando ao máximo o público de telenovelas. Dependente da migração de telespectadores da Globo, muitas vezes "Pecado Mortal" perde essa audiência, porque ela permanece na Globo ou vai dormir. "A Globo ultimamente tem sido mais agressiva com programação e contra-programação", constata.
É verdade também que o projeto de teledramaturgia da Record fracassou. A emissora investiu em um complexo de estúdios no Rio de Janeiro para produzir três novelas e uma minissérie simultaneamente. Isso nunca aconteceu. Hoje, discute-se na Record até o fim das novelas e a dedicação exclusiva a minisséries e séries bíblicas.