segunda-feira, 18 de julho de 2016

"Vejo a cena como uma das de amor que já fiz", diz Ricardo Pereira sobre sexo gay em novela

O português Ricardo Pereira (foto à direita junto com Caio Blat), 36, protagonizou nesta semana, ao lado de Caio Blat, a primeira cena de sexo gay da teledramaturgia brasileira.
A exibição aconteceu no capítulo da terça (12), de “Liberdade, Liberdade” (Globo). Na novela de época das 23h, de Mario Teixeira, com direção de Vinicius Coimbra, ele vive o coronel Tolentino.
“Por tudo que já vivemos na trama, chegar até ali fazia todo sentido”, diz ele, sobre a cena de amor.
O ator, que vive há mais de 12 anos no Brasil, conta que filmes como “Morte em Veneza” e “O Segredo de Brokeback Mountain” serviram de referência. Ele falou à coluna por e-mail.
Já havia feito alguma cena parecida antes? Foi difícil gravar?
Já fiz muitas cenas de amor e é assim que eu vejo a cena entre eles. Foi o ápice de uma relação contida, proibida e repleta de sentimentos. Mas talvez o mais desafiador do Tolentino seja a dúvida dele em relação ao que sente, a dor de amar alguém e não entender isso, porque na cabeça dele e das pessoas daquela época era um crime condenado à morte.

Por ser um coronel, cabia a Tolentino tomar a iniciativa ali?
Acho que ele não toma a iniciativa, eles se desejam, se amam e precisam viver esse amor, libertar esse sentimento controlado ali. O tempo todo na cena se vê a troca entre eles, a resistência de ambos de viver o que realmente querem. André ainda é um homem do mundo, que cresceu em Portugal, viajou, é estudado. Tolentino, não. Ele vive em Vila Rica e naquele universo que repreende com a morte a possibilidade de duas pessoas do mesmo gênero se envolverem.

Como é essa questão do sexo gay na TV de Portugal? Eles são mais liberais lá?
Em Portugal temos tido algumas incursões desses tipos de cenas, mas acho que depende muito. Não vejo o Brasil e Portugal como países conservadores. São países que têm suas histórias. Temos que ver obviamente que o mundo hoje em dia deve deixar de lado esse preconceito e, acima de tudo, entender e respeitar a opinião, o gosto e a vontade de cada um.

Tolentino é seu principal papel aqui até agora?
É um trabalho incrível. É um vilão cheio de camadas e linhas de construção diferentes, um cara muito bruto, mas que tem um lado humano que só mostra para o André, e dentro dessa relação dos dois, completamente proibida. É sem dúvida um dos divisores de água da minha carreira.








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