Essa foi uma das perguntas mais repetidas nos bastidores das redes nos últimos dias, por causa do “apagão” que o serviço de audiência em tempo real sofreu na Grande São Paulo no último domingo à noite, justamente no horário mais competitivo da TV brasileira.
A pergunta, que traz embutida uma desconfiança, tem como resposta oficial um elemento de segurança na medição de audiência. Quem tem o aparelhinho em casa assina um contrato de sigilo com o Ibope, um compromisso de que evitará ser influenciado por alguma emissora. “Ele [o telespectador que faz parte da amostra] não pode sair por aí falando que tem peoplemeter”, diz Flavio Ferrari, diretor-geral do Ibope.
As pessoas que servem de parâmetro estatístico para a audiência da TV integram, portanto, uma sociedade secreta. Essa sociedade reside em 750 domicílios na Grande São Paulo, se renova completamente a cada quatro anos e é “remunerada” apenas com brindes.
O peoplemeter identifica o canal que o televisor está sintonizando e envia esse dado a cada minuto para uma central. A informação é transmitida via rede de telefonia celular. É aí que nasce a atual “crise” do Ibope. O “apagão” da audiência em tempo real no último domingo gerou descontentamento principalmente da Record, que se viu sem uma importante ferramenta para traçar estratégias de programação.
Segundo Ferrari, desde o apagão elétrico que atingiu 18 Estados no último dia 10, o envio de dados em tempo real está anormal. Isso prejudica o envio de dados minuto a minuto para as emissoras. No último domingo, o serviço em tempo real saiu do ar porque menos de 450 domicílios estavam transmitindo dados.
De acordo com o principal executivo do Ibope, o apagão elétrico “desconfigurou a potência das torres das operadoras de telefonia celular”, o que está afetando a transmissão de dados do instituto. Ferrari afirma que equipes do Ibope estão acompanhando inspeções das operadoras a suas torres. Segundo ele, o envio de dados já melhorou, mas ainda não está pleno.
Ferrari afirma que o Ibope também está visitando cada casa com problema para transmitir dados. Os peoplemeters estão sendo desligados e religados.
Em comentário neste blog, o diretor-geral do Ibope divulgou seu próprio e-mail (flavio.ferrari@ibope.com.br) para quem quiser fazer perguntas diretamente a ele. “Se a pergunta for séria, prometo fazer o possível para arranjar um tempo para responder (ou, pelo menos, encaminhar para alguém que possa dar uma resposta)”, prometeu.
Dando uma olhada nos comentários, é impressionante o número de pessoas ignorantes que tem por aí. Falaram até em auditoria da Polícia Federal, sendo que o Ibope é uma das empresas que mais se faz auditoria. E outra coisa: se o Ibope fosse comprado pela Rede Globo, programas da casa como o "Mais Você" e até outros não perderiam pra Rede Record na audiência. Sempre ganhariam.
E mais: há alguns anos atrás tentaram lançar o Datanexus pra ser um concorrente do Ibope. Os números da audiência do Datanexuis eram praticamente iguais aos divulgados pelo Ibope. Como ninguém tinha mais nada pra falar pelos números serem semelhantes, ninguém quis investir no Datanexus, e a empresa fechou as portas.
Interessante que quando uma emissora ganha pontos no Ibope, o instituto tem uma credibilidade absurda. Exemplo disso é que a Rede Record chegou a anunciar em gráficos no "Fala Brasil" os números prévios de "A Fazenda", comparando com os da Globo, segunda colocada no horário,quebrando assim uma cláusula que proíbem fazer comparações com outras emissoras. quando se ganha, fazem festa e quando perde, fala mal e duvida de como é feita a medição. Vai entender...
Fonte: blog Daniel Castro - r7.com (Daniel Castro)
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