quinta-feira, 30 de abril de 2015

Cheia de ex-globais, Rede Record esnoba os 50 anos da rival Rede Globo

Depois de um período de relativa calmaria, a guerra de nervos e egos entre as redes Globo e Record está acirrada novamente.
O sucesso instantâneo da novela bíblica "Os Dez Mandamentos" deu novo fôlego à teledramaturgia do canal dos bispos e, ao mesmo tempo, colaborou com a crise de audiência de Babilônia.
Das emissoras com mais ibope da TV aberta, a Record foi a única que ignorou o aniversário de 50 anos da Globo.
E olha que seu elenco de atores e jornalistas é composto basicamente por ex-globais. Entre eles, Britto Jr., Rodrigo Faro, Marcos Hummel, Sérgio Marone, Giselle Itié e sua nova estrela, Xuxa.
Silvio Santos, que teve programa na Globo entre 1965 e 1976, mandou publicar em jornais e revistas um anúncio parabenizando a concorrente.
A TV Gazeta de São Paulo fez um post no Facebook em homenagem ao cinquentenário da emissora. Seu apresentador mais famoso, Ronnie Von, apareceu mostrando exatamente a página idealizada pelo SBT.
A Rede TV!, que é parceira da Globo na transmissão das Superligas de vôlei, fez uma homenagem a seu modo: com programas da casa comentando o show da Globo que rememorou suas cinco décadas, exibido no sábado (25).
O vice-presidente da emissora, Marcelo de Carvalho, que apresenta o game show Mega Senha, foi executivo comercial da Globo durante muitos anos.
A homenagem mais significativa partiu da Rede Bandeirantes. Em seu principal telejornal, o Jornal da Band, a emissora exibiu uma matéria de três minutos (duração acima da média para reportagens de TV), feita pelo repórter Fábio Pannunzio, ele próprio um ex-funcionário da Globo.
Em sua narração, o jornalista destacou números que ressaltam a grandeza da emissora carioca: 13 milhões de telespectadores por minuto, 3 mil horas de entretenimento por ano, 2.500 horas de jornalismo anualmente e a presença de suas produções em 170 países.
Um dos entrevistados da matéria, o premiado publicitário Roberto Duailibi, presidente da agência DPZ, não economizou elogios: “Nós falamos do padrão FIFA, mas temos no Brasil o padrão Globo”.
Em outro momento, Pannunzio relembrou momentos polêmicos do canal, como o apoio ao regime militar (reconhecido como “equívoco” pelo Grupo Globo) e a edição manipulada do último debate entre os candidatos Fernando Collor e Lula na eleição presidencial de 1989.
As cúpulas da Band e da Globo — formadas pelas famílias Saad e Marinho, respectivamente —  têm uma ótima relação. E, como é sabido nos bastidores do meio televisivo, ambas torcem o nariz para a origem de boa parte do faturamento da Record: as contribuições dos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus.
Na entrevista concedida ao jornalista Roberto Cabrini, no Conexão Repórter do último domingo (26), o bispo Edir Macedo, líder da Universal e dono da Record, referiu-se à Globo como “inimiga”.
O religioso culpou a emissora, e também a Igreja Católica, por sua prisão em 1992, sob acusação de charlatanismo, curandeirismo e estelionato.
Record, 61 anos, e Globo, 50 anos, são duas senhoras que se detestam.


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