quinta-feira, 31 de março de 2016

Bacon não nasce em árvore

Depois de Rodrigo Hilbert parar as redes sociais após abater um filhote de ovelha em seu programa "Tempero de Família", no GNT, agora é a vez do chef Henrique Fogaça (foto), jurado do "MasterChef" (Bandeirantes), fazer uma provocação com o mesmo assunto.
Na tarde de segunda-feira (28), Fogaça publicou nas redes socais uma foto segurando um porco morto, com a legenda: "Hoje é dia de porco".
Muitos internautas apoiaram Fogaça por mostrar "a vida como ela é". Mas os mais sensíveis, os defensores dos animais e o time do vegetarianos nervosos bombardearam o chef com críticas pela imagem.
"Para que uma foto dessas? Todos sabem que o porco tem de ser morto para cozinhar a carne. Mas a foto só serve para chocar", escreveu uma internauta.
"Eu sou vegana, Adoro o Fogaça, respeito muito o trabalho dele.... Não como carne de vaca, nem peixe, nem frango, não gosto de ver matando e tal.... Acredito que se respeitarmos o que cada um acredita isso ", twittou uma jovem.
"Gente, esse tipo de cena deveria ser proibida, deveria se enquadrar no tipo penal: Incitar violência. Como explicar para uma criança que esse tipo de comportamento é errado, é violento, não é aceitável?", atacou outra.
Não sou vegetariana, adoro animais, mas também como churrasco. Em nenhum momento gostaria de ver um animal agonizando antes de ser abatido. Entrei em pânico quando vi uma tourada ao vivo, pela primeira vez.
Mas, falando a verdade, não vejo nada de mais em fotos como essa de Fogaça. Por sinal, a costela de porco com farofa de milho do restaurante dele, o Sal, é incrível.
Mas, voltando ao choque virtual: o açougue da esquina de sua casa está lotado de animais assim, mortos, pendurados por ganchos. Nas zonas rurais, as crianças assistem a esse tipo de cena com certa frequência e nem por isso se tornam matadores cruéis e sanguinários.
Galinhas, porcos, bois, peixes, todos possuem um estado de pré-cozimento que não precisa ser escondido. Que crime há nisso? Não é lindo, mas não é condenável. Os freezers dos supermercados podem exibir animais congelados desde que não tenham cabeças? É isso?
Quais as regras para o que pode e o que não pode com relação ao cadáver de animais que são consumidos em grande escala?
As pessoas se chocam com animais mortos? Sim. A morte é chocante quase sempre.
Mas prefiro destinar minha perplexidade para pessoas mortas em atentados terroristas, em guerras, nas filas dos postos de saúde, ou na extinção predatória e descontrolada de animais que não são criados para o abate.
A pecuária é uma atividade lícita e importante economicamente. A geração YouTube/terraço gourmet sabe direitinho os caminhos do MineCraft, mas pensa que frango é a mesma coisa que nugget, e que o Kani é mesmo feito de carne de caranguejo.
Comida de verdade tem vida e morte reais. Bacon não nasce em árvore.





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