A primeira novela brasileira surgiu praticamente junto com a TV, em 21 de dezembro de 1951, quando foi ao ar ‘Sua Vida me Pertence’, de Walter Foster. Exibida duas vezes por semana, no horário nobre das 20h, ela ficou no ar até fevereiro de 1952. Desde então, muita coisa mudou. A grande obra aberta da TV passou a ser diária, quando estreou "2-5499 Ocupado" — apresentada pela TV Excelsior —, ganhou novos horários, esticou, encolheu, abordou problemas sociais e ditou comportamento no Brasil e no mundo.
E, por incrível que pareça, apesar de todas as transformações, essa sessentona tem fôlego para muito mais. Para falar de toda essa mudança e do futuro da teledramaturgia, o diretor de arte da Rede Globo, Mário Monteiro, abriu sua sala para O DIA.
Apesar dos seus 75 anos, 43 deles passados dentro da Globo, e de milhares de cenários e cidades cenográficas que levam a sua assinatura, Mário ainda vê desafios. “Na nova novela do Aguinaldo (Silva), tenho quatro meses para reproduzir a Avenida Olegário Maciel, na Barra, em escala natural. Estamos cada vez mais preferindo reconstruir as ruas e os bairros dentro das cidades cenográficas. É melhor do que gravar em externas. Nas ruas não podemos controlar o trânsito, os pedestres. Tem vias que não podem ser fechadas para uma gravação”, explica Mário.
A concentração dentro das cidades cenográficas e estúdios é um caminho natural. “Bem diferente de quando começamos a fazer novela. Os cenários ficavam num galpão em Bonsucesso, a cidade cenográfica era em Guaratiba, e ainda tínhamos estúdios na Barra e em Jacarepaguá. Cruzávamos a cidade, demorava-se muito e vários cenários eram quebrados”, relembra. Hoje, os galpões dos cenários ficam do lado dos estúdios e cada vez mais o tempo é um fator importante.
“A tecnologia mudou muito. Todas as câmeras agora são em alta definição, preparadas também para o cinema, pegam todos os detalhes. Por isso, os cenários precisam ser perfeitos. Antigamente, as cidades cenográficas eram 20% menores que as reais, hoje a escala é um para um, tamanho real. Criamos uma demanda por uma indústria de material cenográfico que não havia. Existem pisos que simulam madeira e pedra, como os que se usam em casa, mas muito mais baratos”, diz Mário.
Com a concentração do trabalho e novos materiais, o maior desafio da produção de TV agora é o tempo. “Em geral, uma novela vai para o ar com 24 capítulos gravados. Temos que assistir antes para corrigir luz, edição e outros detalhes. Mas, como é uma obra aberta, não dá para gravar tudo e, se tivermos que corrigir algo em pleno ar, é complicado porque não há tempo”, conta o diretor. Nessa luta contra o relógio se produz cada vez mais adiantado e mais estúdios são necessários. Até mesmo o tempo de transporte da fita gravada conta. Logo o Projac vai ganhar um sistema de cabos que vai ligar as câmeras dos estúdios direto às ilhas de edição, em transmissão quase simultânea.
Com tantos avanços e tantos desafios, Mário admite que, para ele, ainda falta um estúdio ideal. “Queria um como eu vi no Cirque de Soleil. Era um estúdio de show, com 15 plataformas subterrâneas, que subiam, cada uma na sua vez, mostrando cenários diferentes”, sonha o diretor de arte, que espera realizar seu projeto, quem sabe, num futuro bem próximo.
E, por incrível que pareça, apesar de todas as transformações, essa sessentona tem fôlego para muito mais. Para falar de toda essa mudança e do futuro da teledramaturgia, o diretor de arte da Rede Globo, Mário Monteiro, abriu sua sala para O DIA.
Apesar dos seus 75 anos, 43 deles passados dentro da Globo, e de milhares de cenários e cidades cenográficas que levam a sua assinatura, Mário ainda vê desafios. “Na nova novela do Aguinaldo (Silva), tenho quatro meses para reproduzir a Avenida Olegário Maciel, na Barra, em escala natural. Estamos cada vez mais preferindo reconstruir as ruas e os bairros dentro das cidades cenográficas. É melhor do que gravar em externas. Nas ruas não podemos controlar o trânsito, os pedestres. Tem vias que não podem ser fechadas para uma gravação”, explica Mário.
A concentração dentro das cidades cenográficas e estúdios é um caminho natural. “Bem diferente de quando começamos a fazer novela. Os cenários ficavam num galpão em Bonsucesso, a cidade cenográfica era em Guaratiba, e ainda tínhamos estúdios na Barra e em Jacarepaguá. Cruzávamos a cidade, demorava-se muito e vários cenários eram quebrados”, relembra. Hoje, os galpões dos cenários ficam do lado dos estúdios e cada vez mais o tempo é um fator importante.
“A tecnologia mudou muito. Todas as câmeras agora são em alta definição, preparadas também para o cinema, pegam todos os detalhes. Por isso, os cenários precisam ser perfeitos. Antigamente, as cidades cenográficas eram 20% menores que as reais, hoje a escala é um para um, tamanho real. Criamos uma demanda por uma indústria de material cenográfico que não havia. Existem pisos que simulam madeira e pedra, como os que se usam em casa, mas muito mais baratos”, diz Mário.
Com a concentração do trabalho e novos materiais, o maior desafio da produção de TV agora é o tempo. “Em geral, uma novela vai para o ar com 24 capítulos gravados. Temos que assistir antes para corrigir luz, edição e outros detalhes. Mas, como é uma obra aberta, não dá para gravar tudo e, se tivermos que corrigir algo em pleno ar, é complicado porque não há tempo”, conta o diretor. Nessa luta contra o relógio se produz cada vez mais adiantado e mais estúdios são necessários. Até mesmo o tempo de transporte da fita gravada conta. Logo o Projac vai ganhar um sistema de cabos que vai ligar as câmeras dos estúdios direto às ilhas de edição, em transmissão quase simultânea.
Com tantos avanços e tantos desafios, Mário admite que, para ele, ainda falta um estúdio ideal. “Queria um como eu vi no Cirque de Soleil. Era um estúdio de show, com 15 plataformas subterrâneas, que subiam, cada uma na sua vez, mostrando cenários diferentes”, sonha o diretor de arte, que espera realizar seu projeto, quem sabe, num futuro bem próximo.
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