quarta-feira, 22 de abril de 2015

Rede Globo admite pela primeira vez na televisão que errou nas Diretas Já

A Rede Globo admitiu pela primeira vez na TV que errou na cobertura das Diretas Já, movimento em defesa das eleições diretas para presidente da República em 1983 e 1984, no final da Ditadura Militar (1964-1985). Ontem (21), no segundo capítulo da série do "Jornal Nacional" sobre os 50 anos do jornalismo da emissora, William Bonner (foto) relembrou o comício de 25 de janeiro de 1984, noticiado pela Globo se fosse uma comemoração do aniversário de São Paulo, e disse que a emissora reconheceu a abordagem "como um erro".
"Essa reportagem provocou muita polêmica ao longo de muitos anos porque, embora ela falasse do comício das Diretas, o texto que introduzia a reportagem, lido pelo apresentador na época, não falava em comício pelas Diretas", disse Bonner no especial. Em seguida, foi ao ar o texto lido pelo jornalista Marcos Hummel, então apresentador do "Jornal Nacional": "Um dia de festa em São Paulo. A cidade comemorou seus 430 anos com mais de 500 solenidades. A maior foi um comício na praça da Sé".
"Isso aí foi visto durante muitos anos como uma tentativa da Globo de esconder as Diretas e, obviamente, depois de muitos anos também, foi reconhecido como um erro", admitiu Bonner logo em seguida.
O jornalista encerrou rapidamente a polêmica e divulgou o site de memória da Globo para quem quiser saber mais detalhes sobre a cobertura polêmica. Na internet, a emissora já havia admitido erro na cobertura das Diretas Já.
O especial sobre o jornalismo da Globo é dividido por décadas. O primeiro capítulo abordou o período entre 1965, ano de fundação da emissora, e 1974. A segunda parte mostrou acontecimentos entre 1975 e 1984. Além das Diretas Já, foram relembrados o nascimento do primeiro bebê de proveta (1978), a Lei da Anistia (1979) e as Copas do Mundo de 1978 e 1982.
Hoje (22), vão ao ar os fatos que a Globo cobriu entre 1985 e 1994, como a morte de Tancredo Neves (1985), o polêmico debate presidencial entre Fernando Collor e Lula (1989), a morte do piloto Ayrton Senna (1994) e o tetracampeonato do Brasil no futebol (1994).


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