quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Luis Erlanger: "Chaplin, hoje no Brasil, seria preso"

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Era para ser um debate sobre o uso de redes sociais, mas Luis Erlanger (foto), a pedido do público presente, também falou sobre sua área de atuação, como diretor da Central Globo de Comunicação (CGCom). Com vídeos, fotos e clipes, Erlanger explanou por cerca de uma hora sobre o papel que a emissora pretende ter junto à sociedade. O encontro faz parte da programação oficial do Festival do Rio, e aconteceu na tarde desta segunda-feira (10), no Armazém 6 do cais do porto.
Após o debate, o diretor conversou com a reportagem do iG, na qual ressaltou a participação da TV Globo junto ao cinema nacional e a sua divulgação em canal aberto, o uso cada vez maior da internet para alavancar a audiência de programas televisivos e a polêmica em torno da classificação indicativa tanto da televisão quanto do cinema – assunto este que ele já havia levantado em entrevista anterior.
“Somos a única espécie que, para sobreviver, cria redes. Esta ideia está dentro do conceito de seleção natural darwiniana. A função da busca é um ambiente acolhedor. É um sentimento de pertencimento”, disse Erlanger, que classifica a TV aberta como "a grande rede”. Isso porque, a seu ver, é a televisão que fornece o maior volume de conteúdo de debates para perfis de twitter e facebook diariamente. “Até os seis meses diziam que a TV estava com seus dias contados. Mas, hoje, a chamam de supermídia”, continuou.
Sobre o lado “negativo” deste uso exacerbado das redes sociais, que fogem do controle por parte da própria emissora, o diretor afirmou que não se importa quando, por exemplo, a Ana Maria Braga vira motivo de piada por ter errado o português ao vivo ou o Galvão Bueno é ironizado por falar demais. “A Globo só reage para desconstruir inverdades. Qualquer erro nosso vira assunto. Isso é fruto para comemorar porque somos líderes. Se fosse em outra emissora, não teria tamanha repercussão”, disse.
E ainda criticou a onda politicamente correta que toma conta de diferentes setores da sociedade. “O Brasil vive um período sombrio, o do politicamente correto. Quando o governo brasileiro não resolve o seu papel, eles enquadram a iniciativa privada. O Charlie Chaplin, hoje no Brasil, seria preso na saída do estúdio. Imagina fazer uma cena incitando um garoto a jogar uma pedra na janela do vizinho! Ele seria acusado de formação de quadrilha e aliciamento de menores”, ironizou.

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