sexta-feira, 15 de maio de 2015

Para ficar "atraente", "Jornal Nacional" quebra duas regras em uma semana

Mais tradicional telejornal brasileiro, o "Jornal Nacional" quebrou duas regras nesta semana. Na segunda (11), uma reportagem sobre desemprego usou um efeito de edição para acelerar a imagem. Até a semana passada, intervenções do gênero não eram permitidas. Na terça, William Bonner "decretou" no ar que a nova moça do tempo, Maria Júlia Coutinho, pode ser chamada de Maju. Até a semana passada, apelidos eram rigorosamente proibidos.
As mudanças visam tornar o "JN" mais "atraente" - uma pesquisa feita pela Rede Globo no início do ano detectou que os telespectadores não se sentem mais atraídos pelo telejornal. Fazem parte do pacote de mudanças introduzidas em 27 de abril, quando o "Jornal Nacional" estreou novo cenário e se tornou mais informal, permitindo que seus âncoras caminhem pelo estúdio e conversem com repórteres e correspondentes em um telão que, com ajustes rápidos na iluminação, traz um efeito de telepresença. 
Nas emissoras da Globo em todo o Brasil, Maju e o uso do fast foward foram o assunto da semana. A liberação de apelidos é vista como um avanço. Até pouco tempo atrás, trechos de reportagens eram cortados em cima da hora porque, por um deslize, o profissional deixara escapar um "tá", no lugar de "está". A informalidade era vista como um elemento redutor da credibilidade. 
O recurso do avanço rápido (fast foward) foi utilizado em uma reportagem em que era pertinente. O repórter Phelipe Siani contou 162 pessoas em uma fila de desempregados em São Paulo. Para não deixar o material a coisa mais chata do mundo, as imagens e voz do jornalista foram acelerados.
Conversado, o texto de Siani foi apresentado a jornalistas da Globo em todo o país, em um seminário comandado por Bonner em abril, como exemplar do que o "novo" "Jornal Nacional" procura. Conhecido como "clone de Bonner", Siani virou modelo na emissora. Dez anos atrás, ele foi dispensado, após um longo estágio, porque era "solto" demais para gesso que a Globo impunha a seus profissionais.


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