sábado, 8 de janeiro de 2011

Estou órfão de patrão, diz o mordomo de Lily Marinho

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Mordomo de Roberto Marinho desde 1985, Edgard Peixoto (na foto ao lado do governador Sérgio Cabral no velório de Lily Marinho), 52, conviveu com Lily Marinho a partir de 1990, quando ela foi morar com o fundador da TV Globo na mansão do Cosme Velho, no Rio. Ele falou à coluna, anteontem, após o enterro da patroa, morta na quarta.

Folha- Como você está?
Edgard Peixoto
- Estou me sentindo órfão de patrão. A metade foi há sete anos, quando o doutor Roberto faleceu. Agora, perco a segunda parte. Na falta dele, a gente acabou sendo amigo. Hoje me sinto só. Estou só. Cheguei agora [quinta-feira], olho a casa vazia e não tenho, de imediato, reação.

Já sabe o que vai fazer?
É cedo para falar. Eles são uma família muito acolhedora. O doutor João Roberto [um dos filhos de Roberto Marinho], anteontem, ligou me tranquilizando. O estado dela era gravíssimo. A gente sabia que era questão de horas. Ele disse que faço parte da história dessa casa. Talvez vire centro cultural.


O que aprendeu com Lily?
Ela me deu vários conselhos. Um tão bom que não esqueci. Ela me chamou de lado quando eu me separei da minha primeira mulher: "Feche os olhos. Você não pode ficar de mal dos seus filhos. Não vá destruir a sua família por causa de uma mulher". Ao botar a roupa de que ela mais gostava [para o enterro], passou um filme na minha cabeça.

Você a visitava todos os dias no hospital?
Sim. Sofri muito mais do que ela. Uma vez, a gente falou de uma amiga dela que ficou meses no CTI. E ela me disse: "Quando você me vir daquele jeito, veja se pode desligar [os aparelhos]". A médica falou que não podia, e eu disse: "Eu sei. Também não vou fazer". Quando a vi naquela agonia, eu fiz uma oração e pedi a Deus para tirá-la desse sofrimento. Cheguei em casa, o telefone tocou. Senti um alívio.

O que ela pedia no hospital?
Não falava em ausência nem em morte, mas me pediu que não deixasse faltar nada pros netos. No dia de Natal, ela teve vontade de comer uma fruta, mas estava em dieta líquida. Escolheu: "Quero cereja, pêssego e ameixa. Você me entrega amanhã?". No dia seguinte, já estava entubada. Foram as últimas palavras que troquei com ela.

Como foi o almoço para Dilma Rousseff na campanha?
Eu disse: "Dona Lily, a senhora se prepare. É pessoa pública e não posso impedir jornalistas. Ela tá em campanha, precisa disso. Como vou barrar a imprensa? Vão achar a gente antipático".

E os flamingos da mansão?
Todo mundo quer conhecer. Uns chamam de garça, outros de ganso. Todas as fotos de dona Lily são com os flamingos. Sabia que tiveram filhotes? Depois de 15 anos, nasceram cinco, em 2008. Morreu um, ficaram quatro. Já estão grandes.

Eles sentirão falta da dona?
Ela mandava eles virem para perto, depois mandava espantar, para vê-los sair correndo, fazendo barulho. Eles devem sentir falta. Vou cuidando deles, enquanto vejo o que acontece. 

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