Aguinaldo Silva comenta os bastidores de "Cinquentinha", minissérie da Globo que teve estreia adiada e baixas no elenco

O senhor renovou contrato com a Globo. É verdade que não estava sentindo-se valorizado pela emissora? Foi assediado pela Record e pelo SBT?

AGUINALDO: Renovei por mais por cinco anos, porém de forma improrrogável. Ou seja: acabou o contrato, bye bye. Não é que eu estivesse me sentindo desvalorizado. Mas, depois de 40 anos de carreira, tenho a impressão que a empresa já me incluíra na rubrica "móveis e utensílios". Aí surgiram o SBT e a Record dispostos a pagar os tubos por essa poltrona velha e cacarecada. O resultado é que assinei o melhor contrato da minha vida. Conseguir isso aos 65, véspera dos 66 anos, me proporcionou orgasmos múltiplos. No sentido figurado, é claro.

O que fez o senhor permanecer na Globo?

AGUINALDO: A proposta da Globo nem era a melhor. O problema é que já estou pessimamente acostumado a ser um campeão de audiência. Só por isso fiquei lá. Tenho que reconhecer: não creio que em nenhum outro lugar, senão na Globo, eu tivesse tão boas condições de trabalho.

Foi o que eu falei na época: ele não iria para a Record ou o SBT para ser segundo lugar, como aconteceria com certeza, visto os outros autores que foram da Globo e agora estão na Record. Estão sempre em segundo lugar, quando não ficam em terceiro. Iria ferir muito o ego do Aguinaldo Silva ficar na segunda posição, ele, tão acostumado a só ficar em primeiro. Ficar em segundo poderia leva ele a depressão.

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Fonte: Revista da TV - O Globo (Zean Bravo)