Dois aspectos ficam para ser discutidos sobre os lamentáveis
acontecimentos da RedeTV!, na quarta-feira (1º), ainda como resíduos da
entrega para a Igreja Universal de um tempo que pertencia ao
recém-estreado programa do Luciano Faccioli (foto).
Por mais que a
situação esteja difícil e o valor do dinheiro, em tudo que avista como
lógico e natural no campo dos negócios sempre prevaleça sobre outras
situações, nada serve ou pode justificar tamanha falta de jeito na forma
como tudo aconteceu.
Apresentador e equipe, como pior dos desrespeitos, só tomaram
conhecimento de mais esse arranjo alguns minutos antes do "Olha a Hora!"
ir ao ar, quando todos já estavam em seus postos de trabalho. Algo que
na história na televisão brasileira, com toda certeza, não tem
precedentes.
Se não bastasse tudo e mais um pouco, ontem a direção da
RedeTV! suspendeu Faccioli,
por entender que ele exagerou nas críticas feitas. Qualquer outro,
honrando sua condição humana, com toda certeza teria feito o mesmo.
A impressão que se tem, depois de acompanhar mais esse lamentável
episódio, é que só o dinheiro importa. E que se lixe todo o resto e mais
um pouco, incluindo o telespectador.
Outro aspecto
Parece que não tem limites ou um
mínimo de bom senso na ocupação religiosa das TVs brasileiras. É no vai
que vai e ninguém sabe onde isso vai parar. Se é que vai parar.
As que se deixam levar, como Bandeirantes, RedeTV!, 21, CNT e companhia bela,
estão cada vez mais transformadas em templos de pregações. Isto
caracteriza subconcessão. É crime previsto em lei.
Por outro lado
Também é de chamar atenção o tanto que existe para ser doutrinado, que
sirva de alguma forma para explicar tamanha apropriação de espaços em
emissoras de rádio e televisão por parte dessas igrejas.
Um
setor onde o dinheiro é sempre abundante. A crise, que atinge todos os
outros mortais, passa ao longe, a ponto até de se locupletarem com ela.