Os auditores do Banco Central e a Polícia Federal investigam o software do banco PanAmericano e seu uso distorcido na maquiagem de dados que escondeu um rombo de R$ 2,5 bilhões no balanço do banco.
Duas semanas atrás, denúncia feita à procuradoria em São Paulo indicou que a fraude bilionária no banco só foi possível porque o software de transações bancárias foi adulterado ou utilizado de forma irregular.
A suspeita é de que o programa foi usado de forma a ludibriar não só a empresa de auditoria (Deloitte) como também o Banco Central, escondendo o rombo.
Os procuradores agora investigam se houve envolvimento de membros da equipe de tecnologia do banco. O programa permitiu, por exemplo, que a venda de uma carteira de crédito (de milhões de R$) se transformasse em receita. A operação não exigia a baixa desses empréstimos dos "ativos" do banco. Grosso modo, o banco vendia algo mas continuava a possuir uma "cópia" da riqueza, que exibia aos outros (em relatórios).
Claro, essa cópia não valia nada, exceto "visualmente", para o mercado. Demorou cerca de um ano, e R$ 2,5 bilhões, até o BC perceber que havia algo errado,
Normalmente, os sistemas dos bancos são programados para evitar que erros simples, como de digitação e inserção duplicada de dados, causem danos maiores às instituições.
Outros lados envolvidos no caso
Por meio de sua assessoria, o Ministério Público informou que não se manifestaria sobre o caso no momento, pois as investigações "ainda estão começando".
A assessoria do Grupo Silvio Santos não respondeu ao pedido de contato com a Folha até o fechamento desta edição. Toda a diretoria atual, bem como ex-executivos de gestões anteriores do PanAmericano, estão sendo investigados.
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