terça-feira, 13 de outubro de 2015

Lima Duarte critica novela da Rede Globo: Mafioso em Paraisópolis é "esdrúxulo", diz

O ator Lima Duarte (foto) acha exótico um mafioso ítalo-novaiorquino dando as cartas em Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, apontada como reduto do PCC, a facção criminosa que domina os presídios do país. É algo digno do realismo fantástico, gênero literário que funde realidade com elementos mágicos, afirma. Seria uma opinião como outra qualquer não fosse o fato de Lima Duarte ser o intérprete do mafioso em questão, na novela das sete da Rede Globo, "I Love Paraisópolis", ambientada na comunidade vizinha ao Morumbi, na zona oeste de São Paulo. 
"É esdrúxulo um mafioso em Paraisópolis", diz o ator ao Notícias da TV. Aos 85 anos, Duarte faria apenas uma participação na trama de Alcides Nogueira e Mario Teixeira. Apareceria nos primeiros capítulos, vivendo em Nova York, somente o suficiente para fazer Danda, a personagem de Tatá Werneck, ser presa na Alfândega trazendo muamba para o Brasil.
"Eu não esperava voltar para a novela", confessa o intérprete de Dom Peppino. "Mas precisavam de um vilão e me chamaram. Parece que o pessoal de Paraisópolis não tem maldade", afirma, irônico.
Típico mafioso de cinema, o personagem de Lima Duarte se mudou para o Brasil e passou a ocupar um espaço que deveria ser de Caio Castro, inicialmente o grande vilão da novela das sete. As pesquisas com telespectadores mostraram que a audiência não queria ver o jovem galã fazendo maldades. Grego, personagem de Castro, continua sendo bandido, mas é humano, não mata ninguém. Muitas vezes exerce o papel de xerife ordeiro. Sobrou para Dom Peppino a função de apavorar moradores, plantar lixo tóxico na favela e mandar capangas tentar eliminar os protagonistas.
Para Lima Duarte, "I Love Paraisópolis" é uma novela com um quê de "realismo fantástico". O ator é crítico, mas não está insatisfeito. Pelo contrário, revela estar adorando "trabalhar muito". No fundo, curte dar vida a um elegante mafioso de terno e bengala. Pena que o personagem vai morrer em breve, entrega. "Mas ele vai sumir e depois voltar, uma confusão", conta.

"Viola, Minha Viola" morreu

Em julho, pouco antes de retornar a "I Love Paraisópolis", Lima Duarte foi dado como quase certo no comando do programa "Viola, Minha Viola", da TV Cultura. "Fui convidado. E aceitei. Vou conversar com a Globo na terça", disse o ator à Folha de S.Paulo na época. 
Três meses depois, tudo mudou. "Aquilo morreu, não existe mais. Estou gravando a novela, trabalhando muito. Não quero pensar nisso agora", desconversa.
Lima Duarte, na verdade, já está com a cabeça em outro projeto - já que só tem mais duas semanas de gravações em "I Love Paraisópolis". Está de olho em um personagem de "Velho Chico", novela de Benedito Ruy Barbosa que substituirá "A Regra do Jogo" em março. "É um universo que me agrada", justifica. 





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