terça-feira, 8 de julho de 2014

Rede Globo veta volta de Marcelo Rezende para esconder "fraqueza". Será?

Apresentador do "Cidade Alerta", Marcelo Rezende (foto) foi lembrado pela TV Globo para um programa vespertino, que teria a missão de alavancar a audiência das novelas. Mas a ideia já foi abortada pela cúpula da emissora, que torceu o nariz para o estilo popular do jornalista. Consultado, o comitê de executivos da rede foi duro e vetou qualquer negociação com Rezende.
O principal argumento: recontratar o profissional da Rede Record mostraria fraqueza e indicaria aos profissionais da Globo que eles podem sair que as portas estão sempre abertas. Além disso, a volta de Rezende quebraria uma das últimas "cláusulas pétreas" da emissora, a de não contratar quem tem vínculo com outras emissoras.
Nos últimos anos, a Globo se mostrou bem mais flexível, ao aceitar de volta atores que foram para a Record. Mas a rede tem uma outra "cláusula pétrea": a de não aceitar de volta aqueles que romperam contratos no passado. A Globo está mudando muito, mas não abre mão desse instrumento de poder que preserva há décadas: quem descumpre contrato para trabalhar na concorrência fecha as portas definitivamente.
Não é esse o caso de Marcelo Rezende. Ele estava sem contrato quando foi para a Rede TV! em 2002. Seu problema na emissora é outro: ele tem a oposição da direção de jornalismo. Embora seu grande defensor seja o diretor de programação, Amauri Soares, outros executivos da Globo não conseguem imaginar Marcelo Rezende na grade da emissora.
Rezende seria popular e "descontrolado" demais para o "padrão Globo", embora tenha crescido na própria emissora como apresentador do "Linha Direta", uma "aberração" da virada do século.
O argumento mais forte, contudo, foi o da demonstração de "fraqueza" que significaria forçar uma quebra de contrato. Na primeira sondagem, no final do ano passado, Rezende ainda tinha um ano e meio de contrato a cumprir; no mês passado, ele renovou com a rede de Edir Macedo por mais seis anos.
Para os principais executivos da Globo, recontratar Rezende quebraria a resistência, por exemplo, a Tom Cavalcante e Rodrigo Faro, que romperam contratos e têm fortes defensores dentro da emissora. Se chamasse Rezende de volta, reabriria os portões do Projac para Cavalcante, Faro e diretores de novelas que foram para a Record com contrato em andamento.



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