quinta-feira, 21 de março de 2013

Grupo Bandeirantes acusa Organizações Globo de distorcer mercado de TV por assinatura

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Vice-presidente de canais pagos do Grupo Bandeirantes, Paulo Saad Jafet (foto) fez ontem duras críticas às Organizações Globo.
Para o executivo, a nova lei de TV por assinatura (12.485/2011) ampliou o acesso de novos canais, mas manteve uma "distorção do mercado".
Essa distorção, diz Jafet, é o fato de a Globosat, programadora de canais pagos das Oranizações Globo, deter de 29% a 35% dos custos de programação das operadoras, graças a uma "interação" histórica com essas empresas, incluindo a participação acionária e o direito de veto a canais de terceiros.
Em outras palavras, somente os canais distribuídos pela Globosat (como SporTV, Telecines, Multishow, Globo News) "chupam" um terço dos recursos disponíveis para todos os canais.
E os canais estrangeiros, prossegue Jafet, ficam com outra boa fatia das verbas, mas têm um "custo marginal" (seus conteúdos já tiveram o custo de produção abatidos nos países de origem).
"É muito difícil fazer uma canal de TV por assinatura", afirma Jafet. "A equação econômica não foi resolvida [pela nova lei de TV paga]. A concentração [da Globo] permanece. Deveria haver uma legislação que ampliasse a concorrência", sugere o executivo.
Segundo Jafet, novos canais de TV por assinatura tiveram que aceitar remuneração praticamente simbólica das operadoras para poderem entrar no mercado.
Alguns deles, diz, estariam recebendo apenas um centavo por assinante, o que seria inviável para manter a operação saudável.
Não seria o caso do novo canal pago do Grupo Bandeirantes, o Arte 1, que terá neste ano um custo operacional de R$ 20 milhões a R$ 25 milhões. O Arte 1, no entanto, terá de recorrer à publicidade para sobreviver. Negocia atualmente a venda de cotas de patrocínio a anunciantes "mecenas".
"Eu consigo aceitar uma remuneração [baixa] porque tenho uma economia de escala", afirma Jafet, referindo-se ao fato de a Bandeirantes ser um grupo de comunicação com atuação em diferentes áreas e que opera com estruturas enxutas.
Apesar das dificuldades, o Grupo Bandeirantes se prepara para lançar três novos canais: um de esportes, um de notícias e um terceiro de entretenimento.

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