As equipes das emissoras de TV que acompanham os trabalhos de resgate e socorro na região serrana do Estado do Rio de Janeiro não medem esforços para levar ao telespectador informações sobre a maior tragédia natural do país. Sem saber, esses profissionais estão mudando a maneira de fazer reportagem em nossa televisão, sempre marcada por formatos engessados, com pouca emoção e pasteurizadas. Diante de um cenário de destruição e fragilidade humana é impossível continuar com aquele estilo frio que estávamos acostumados a assistir nos principais telejornais. É impossível ficar imóvel nas confortáveis bancadas (os âncoras estão lá nas cidades atingidas) ou falar somente nas passagens duras (onde até o olhar do repórter é estático) entre uma sonora e outra. Lá na serra do Rio de Janeiro a coisa começou a mudar e o jornalista de TV já não tem mais medo de pisar na lama, caminhar horas para encontrar os personagens de sua reportagem, demonstrar sua emoção, chorar com uma resposta e até carregar os donativos. Essa é a essência de uma boa reportagem porque o jornalista sempre gostou de desafios e de mergulhar nos assuntos, mas os diretores preferiam as imagens perfeitas e o rosto sem suor perfeitamente maquiado. A situação de momento exigiu algo diferente e até a Rede Globo (a mais resistente com as câmeras nervosas e repórteres em movimento) está mais humana em sua abordagem jornalística. O jeito de fazer jornalismo na televisão está mudando. Ainda bem.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
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