Ontem (5), a emissora enviou seguranças para acompanhar os profissionais, mas nem isso impediu que fosse atacada duas vezes. Preocupados com a integridade física dos funcionários, os chefes do jornalismo passaram o dia discutindo medidas alternativas. Decidiu-se evitar exibições ao vivo e, quando elas fossem necessárias, reforçar a segurança. À noite, não houve reportagem ao vivo. Hoje (6) de manhã, a desocupação do local pela Polícia Militar foi coberta de helicóptero e por um repórter na rua, acompanhado de guarda-costas.
No "SP TV 1ª Edição" desta sexta, a cobertura da desocupação mostrou os repórteres da Globo ou usando microfones sem a canopla da emissora ou gravando passagens protegidos pela PM.
A primeira invasão de link aconteceu na última segunda-feira (2). O repórter André Azeredo falava ao vivo no "SP TV 1ª Edição" quando um suposto estudante invadiu o vídeo e passou a gritar "A realidade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura". A Globo cortou a transmissão.
Na primeira invasão de link de ontem, logo no início do "Bom Dia São Paulo", um manifestante gritou "Globo golpista", mas apareceu muito rapidamente no vídeo, porque naquele momento a emissora mostrava imagens pré-gravadas da ocupação dos estudantes, que exigem o fornecimento de refeições nas escolas técnicas.
Depois do incidente, a Globo escalou dois seguranças para acompanhar Sabina Simonato (foto), que entrou ao vivo no "SP TV 1ª Edição" em frente ao Centro Paula Souza. Enquanto ela dava informações sobre o imbróglio da reintegração de posse da escola, um suposto estudante foi até uma grade e retirou uma faixa que dizia "Sorria, você está sendo manipulado", com a logomarca da Globo em destaque.
Em seguida, o manifestante pegou a faixa e caminhou na direção de Sabina. Os dois seguranças da emissora entraram na frente da câmera e conseguiram impedi-lo de tocar na repórter, que, segura, continuou a dizer seu texto - em 2014, durante a Copa do Mundo, a mesma Sabina se saiu muito bem ao ser beijada por um torcedor da Croácia.
Os jornalistas da Globo ficaram com medo de agressões e adotaram três estratégias: evitar entradas ao vivo, usar helicóptero e pontos seguros distantes dos manifestantes e reforçar a segurança dos repórteres.
Ontem à noite, o "SP TV 2ª Edição" não teve entrada ao vivo da ocupação do Centro Paula Souza. O repórter Roberto Paiva apareceu com as últimas informações em um videotape gravado no centro de São Paulo. Hoje de manhã, a PM desocupou o local. A Globo cobriu com o Globocop e com o repórter Marcello Poli, no chão, mas acompanhado de seguranças.
O uso de guarda-costas não é incomum no telejornalismo. A Globo faz isso quando envia seus repórteres a locais de risco. Quando Monalisa Perrone foi empurrada em frente a um hospital de São Paulo, ao vivo no " Jornal Hoje", estava acompanhada de segurança. Guarda-costas também acompanham jornalistas nas manifestações pró e contra o governo federal.
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