O jornalista esportivo Fernando Vannucci (foto) está há um ano fora da televisão. Nesse período, emagreceu 15 quilos, parou de beber (vinho) e estreou um site. Agora, prepara uma biografia.
Em entrevista ao R7, Vannucci abriu o jogo sobre a sua saída da Rede TV!, em 2011. Disse que não gostaria de voltar para a emissora e relembrou o episódio da "língua enrolada", em 2006.
R7 - Desde sua estreia na Rede TV!, em 2003, você apresentou diversos programas esportivos. No final, porém, foi perdendo espaço na emissora. Você estava desmotivado?
Fernando Vannucci - Acho importante dizer que sempre deixava os meus programas com ótima audiência. Mas, enfim, o fato de perder espaço me desmotivou, sim. Porém, não foi a razão decisiva para a minha saída da emissora. A verdade é que a Rede TV! não oferecia muitas condições para o meu trabalho. Como eu poderia falar de gols da rodada se nem tínhamos as imagens dos jogos? Ou seja, algo que era simples para qualquer emissora, eu não tinha lá. Total falta de condição de trabalho.
R7 - A sua saída da emissora acabou sendo polêmica. Na época surgiram rumores de que você teria se desentendido com a equipe. Você foi demitido ou pediu as contas?
Vannucci - Nada disso. Nós entramos em um acordo e eu saí. Eu não estava me entendendo com a televisão, não teve um pivô ou alguém em especial. Gosto muito das pessoas com as quais trabalhei. Mas, eu não voltaria para lá.
R7 - Resta alguma mágoa?
Vannucci - De maneira alguma. Porém, prefiro uma emissora que me dê condições de trabalho. Como a Globo e a Record, por exemplo. A Record tem investido cada vez mais no esporte.
R7 - Gostaria de voltar para a Globo?
Vannucci - Sim. Lá é a minha casa. Foi ali que trabalhei durante anos e anos, apresentando programas diversos como "Globo Esporte", "Esporte Espetacular", "Jornal Nacional", "Jornal Hoje", entre outros.
R7 - Você deixou a Globo em 1999. Moveu uma ação contra a emissora, que o tirou do ar depois de aparecer comendo um biscoito ao vivo no "Globo Esporte". Você ficou chateado?
Vannucci - Isso é passado. Na época, eu ganhei a ação trabalhista, mas perdi a civil. Ou seja, ficou elas por elas. Respeito muito a Globo.
R7 - Como telespectador, o que você acha da apresentação de Tiago Leifert, no "Globo Esporte"?
Vannucci - Eu o acho bacana. É um menino legal. Ele faz mais ou menos o que eu fiz em 1986, quando iniciei um jeito irreverente de apresentar o programa, o deixando mais descontraído. Foi a época em que surgiu a minha famosa expressão: "Alô, você".
R7 - E quanto àquele episódio, ocorrido em 2006, durante uma apresentação do "Bola na Rede", em que você apareceu falando enrolado e com frases desconexas. Você estava estressado e sob efeito de remédios?
Vannucci - Isso já foi superado. Aliás, acredito que a mídia foi muito cruel comigo. O problema foi que, naquele tempo, eu misturava os remédios, que eu tomo até hoje por conta da minha saúde, com o vinho. Isso acabou me fazendo mal. Bom, a partir daí, comecei a cuidar da minha saúde. Fiz um voto com Deus. Faz quase um ano que eu não bebo mais nada. Comecei a fazer caminhadas, perdi 15 quilos e me sinto renovado.
R7 - Por que você acha que a mídia foi cruel?
Vannucci - Ora, estamos no ar todos os dias, é uma exposição gigantesca. Então, poxa, quem não erra? Bobagem por bobagem eu vejo todos os dias no ar. Já vi apresentador do "Fantástico" cutucando o nariz [Glória Maria, em 2001], ou seja, todos nós cometemos erros.
R7 - Acredita que esse acontecido prejudicou a sua carreira?
Vannucci - Às vezes penso nessa possibilidade e me entristeço. Mas, tenho certeza de que tudo acontece no tempo certo de Deus. Quero voltar para a TV. Tenho quase 40 anos de trabalho somente na televisão. Nem penso em receber um salário milionário, quero voltar a fazer o que amo. Porém, estou tranquilo. Há dois meses estreei o meu portal "Alô Você" e pretendo lançar um livro para contar sobre a minha trajetória.
R7 - O que você gostaria de apresentar na televisão?
Vannucci - Minha carreira foi toda pautada no esporte, mas eu já apresentei outros programas jornalísticos. Então, acredito que essa versatilidade seja um ponto positivo para mim. A única coisa que falta para eu ser mais feliz é voltar para a televisão.
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