A concorrência que o Clube dos 13 vai fazer pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol entre 2012 e 2014 passará por um processo de pré-seleção antes do início da licitação entre os concorrentes. A decisão, tomada pela comissão que negocia os direitos de transmissão do campeonato, tem por objetivo fazer que a escolha das emissoras que farão a cobertura do torneio não seja definida exclusivamente pelo potencial técnico de cada proponente.
Com essa decisão, o caminho está aberto para que a licitação leve em conta principalmente a oferta financeira, sem distinção entre a capacidade de cobertura, abrangência ou qualidade do trabalho entre os concorrentes. Para chegar a isso, porém, o C13 desenvolveu, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), uma fórmula matemática para determinar o potencial de cada emissora em fazer uma entrega mais valioza da competição.
A preocupação da entidade é entender qual é o real valor de cada proposta. Em TV aberta, por exemplo, o montante oferecido pelas emissoras será relativizado a partir de uma equação. A fórmula escolhida para isso levará em conta as seguintes variáveis: o horário em que o canal vencedor pretende exibir os jogos, a quantidade de espaço que ele oferecerá ao Campeonato Brasileiro dentro de sua programação e o valor pago para a veiculação da publicidade dentro da emissora nessa faixa horária proposta.
O valor oferecido pelas concorrentes será confrontado com esses dados para calcular qual é a melhor proposta financeira para os clubes. Existe uma preocupação entre algumas agremiações sobre uma possível perda de receita de patrocínio em caso de uma exposição menor na TV – seja ela provocada por uma mudança de canal, ou por uma alteração no horário de transmissão dos jogos.
Com a definição dos critérios, o Clube dos 13 pretende enviar até o dia 10 de fevereiro uma carta-convite para a licitação. Antes disso, porém, a entidade vai analisar questões técnicas, abrangência da cobertura e potencial da equipe de transmissão. A entrada na licitação depende de aprovação nessas questões, mas possivelmente não deverá ser excludente para a participação de empresas.
A licitação será feita com envelopes fechados, sem que uma empresa de mídia saiba quanto a outra ofereceu. Esse modelo foi oficializado depois que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) emitiu parecer favorável a um pedido da entidade, no ano passado, e acabou com o direito de preferência da Rede Globo.
Guilherme Costa
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