Para tentar "monetizar" essa base de potenciais assinantes, a Oi está lançando um plano de TV pré-paga, como já faz a Sky. Pela nova modalidade de serviço, o cliente que já tem a antena e a caixa decodificadora poderá comprar créditos de celulares em lojas da operadora e em bancas de jornais e acessar pacotes de canais pagos. O pacote mais básico custa R$ 54,90 por mês.
"A gente acredita que esse cliente [que já recebe as redes abertas pela Oi] vai assistir TV por assinatura com a modalidade de pré-pago", afirma Winik. Segundo o executivo, o fornecimento do sinal de TV aberta gratuitamente ao "assinante" não gera despesa à Oi. Fontes do mercado de TV por assinatura discordam. Afirmam que há no mínimo o custo do espaço que Globo, Record e SBT ocupam no satélite da operadora. A Globo já cobra pela cessão de seus sinais digitais às operadoras de TV paga. Record, SBT e RedeTV! pretendem fazer o mesmo em breve.
Winik afirma que o processo de recuperação judicial, anunciado na semana passada, não afeta os negócios de TV por assinatura da Oi. Segundo ele, os investimentos previstos para este ano serão mantidos. "A vida continua normalmente. É um processo de negociação com bancos e credores. Com o cliente não muda nada", diz.
A Oi é originalmente uma operadora de telefonia - divide a liderança do mercado com a Telefonica. A companhia é resultado da fusão da Telemar com a Brasil Telecom, empresas que surgiram com a privatização das telecomunicações, no governo de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Ela opera telefonia fixa e TV por assinatura via satélite em todo o país, menos no Estado de São Paulo (onde só atua com telefonia celular).
No último dia 20, a Oi entrou com pedido de recuperação judicial. A medida a protegerá da falência em novas negociações com credores e bancos. A maior parte da dívida da Oi é com bancos (cerca de R$ 50 bilhões). A empresa deve ainda R$ 14 bilhões em contingências (multas da Anatel, processos judiciais) e R$ 1,5 bilhão para fornecedores.
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