sexta-feira, 24 de julho de 2015

"O Rei do Gado", um rei de 1996 que nunca perdeu a majestade

Anteontem, ao fazer uma pesquisa de arquivo para uma coluna especial comemorativa dos 90 anos de O Globo, esbarrei em inúmeras notas dez para “O Rei do Gado”. Desde 1996, quando a novela foi lançada, muita coisa mudou, inclusive a colunista, que na época era Patricia Andrade. Mas há também o que não tenha se alterado. Passados quase 20 anos do seu lançamento, a trama de Benedito Ruy Barbosa lindamente dirigida por Luiz Fernando Carvalho continua atraindo as plateias, agora no “Vale a Pena Ver de Novo”. E todos os elogios dos antigos jornais seguem valendo.
Mesmo com uma qualidade técnica infinitamente inferior à de hoje, a novela vem mostrando força. Ela é assunto nas rodas de conversa, nas redes sociais e pontua muito bem no Ibope. Anteontem, bateu recorde no Rio, com 26 pontos. É o maior índice da faixa desde 2013 (com “O Cravo e a Rosa”). Quem acompanhou o capítulo testemunhou uma longuíssima cena em que Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) chegava de helicóptero à sua fazenda. Vimos o ator a bordo, a aeronave de longe e outros personagens em terra acenando para ele etc. Havia mais de uma câmera e ângulos diversos, mas ainda assim, em 2015, dificilmente uma sequência de novela se estenderia tanto.
Quando ele finalmente aterrissou, começou a longa procura por Luana (Patricia Pillar), a mulher dele, que fugiu. Mezenga queria saber onde ela estava, e a pergunta foi ecoando entre os funcionários da fazenda. Essa infindável repercussão só foi interrompida com sequências igualmente compridas dela, sozinha, à beira de um rio. Parece monótono, mas não foi. “O Rei do Gado” tem ótimo enredo, grande elenco e direção espertíssima. E inspirou muito do que veio depois. Que continue assim. 





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