Osmar nasceu pelas mãos da produtora 44 Toons, tendo como “pai” o produtor Alê McHaddo. Mas, como uma espécie de Benjamin Button, aquele sujeito que retrocedia na idade, Osmar chegou à tela mais novo do que era no papel, quando foi criado. “O projeto original tinha um humor bem mais ácido”, conta a gerente de conteúdo e programação do Gloob, Paula Taborda dos Guaranys. “Quando Alê e eu conversamos, surgiu a vontade de trazer o Osmar para o Gloob. Para isso, foi necessário fazer algumas adaptações para atender o nosso target, crianças de 5 a 9 anos”, completa Paula.
Osmar nasceu da publicação em revistas de faculdade, lá por 2008. Virou piloto (programa teste), concorreu em edital de curta-metragem para a Petrobrás, foi inscrito no MipJr. (feira de audiovisual infantil em Cannes), e acabou ganhando. A TV Cultura, que ainda não tem data para exibir o programa, comprou a primeira licença da série, que recebeu verba pública do Fundo Setorial de Audiovisual (FSA). Mas, assim que o Gloob entrou no páreo, o personagem, antes voltado a crianças de 11 a 14 anos, fez uma ligeira regressão de idade.
“Fizemos uma adequação da série para a família”, fala Alê. “A pretensão é que os pais possam assistir e se divertir e as crianças também. A gente manteve piadas e momentos que funcionam para um ponto mais velho”, diz o produtor.
O enredo tem a preocupação de ser “global, sendo local”. Assim, os personagens do café da manhã prezam pela mesa brasileira. Steve, uma baguete, dublada por Hassum, é o melhor amigo de Osmar, dublado por Melhem. O pão de queijo também está lá, mas o menu dispensa ovos com bacon.
As aventuras buscam plano mais universal, o que se consumou pela parceria com um estúdio em Nova York. “A gente escrevia aqui, traduzia, mandava pra eles e eles faziam sugestões de novas piadas”, lembra Alê.
Programa infantil que se preze tem que dar atenção à música, e Osmar extrapola o áudio para inserir o assunto em cena. O programa mescla jazz, bossa, música cigana e instrumentos de sopro. “É uma biblioteca de música criada pro Osmar e uma biblioteca de efeitos sonoros, como o som da torradeira ou do pão sendo cortado”, fala Alê.
Foram Melhem e Hassum que determinaram a dinâmica da animação. Ao contrário de produções internacionais, em que os dubladores se baseiam em imagens prontas para inserir o áudio local, Osmar teve as vozes como ponto de partida para a animação. Alê dava pistas de como seriam as cenas, e os atores iam colocando suas entonações num texto que só depois ganharia animação. “Eles deram muito a marca deles à série. Os animadores conseguiam usar todas as inflexões das vozes dos dois na animação.”
E, como acontece em Os Simpsons, em que personagens reais esporadicamente circulam em cena, a empresária de moda Constanza Pascolato e o lutador Anderson Silva dublam suas versões animadas em participações especiais.
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