Em "O Mundo Selvagem de Richard Rasmussen", o biológo (e economista) revisita lugares que já conhecia, mas agora com um novo enfoque e uma fotografia mais apurada.
"A série foi montada em cima de lendas, mitos e conhecimentos empíricos", conta.
Com esse propósito, ele viajou durante três meses pelo Pará, Amazonas, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Acre e Minas Gerais.
Correu atrás de lendas como a do boto-cor-de-rosa e de rituais indígenas como o da Tocandeira. Nas horas vagas, caçou sucuris, morcegos-vampiros, peixes-monstros e cobras venenosas. E conheceu plantas poderosas, que curam e entorpecem.
No primeiro episódio, intitulado Xamãs da Floresta, Rasmussen retorna à Aldeia Nova Esperança, a dois dias de barco pelo Rio Gregório, no Acre, terra dos índios Yawanawá, onde esteve em 2004, produzindo o quadro Selvagem ao Extremo do Domingo Espetacular (Record).
Lá, Rasmussen se submeteu à experiência do "kambô", um "processo" de purificação espiritual que afasta a má sorte e é provocado pelas toxinas de um sapo, o kambô (ou kampô).
Em um amanhecer, em jejum, ele ingeriu a caiçuma, um afermentado de mandioca com saliva de índias. Em seguida, teve a pele do braço queimada com brasa em três pontos. Nesses locais, um índio passou uma gosma, raspada das pernas de um sapo verde.
A transformação é evidente. O rosto de Rasmussen ficou avermelhado, o corpo todo esquentou. Ele vomitou e soltou uma lágrima espessa de um dos olhos. Seu rosto se deformou, as pálpebras incharam, como se fosse um sapo. Aparentemente em transe, ele se jogou na água do rio.
Rasmussen, no entanto, diz que a experiência não foi alucinógena. "Estava consciente o tempo todo. Apenas passei mal, muito mal", lembra.
Ele terminou a expedição bebendo ayahuasca com um xamã de 96 anos.
"O Mundo Selvagem de Richard Rasmussen" terá nove episódios, a serem exibidos aos sábados, às 22h15min.
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