terça-feira, 12 de maio de 2015

"Babilônia" perde 18 capítulos e será a quarta novela mais curta das 21h

A direção da Rede Globo decidiu na última sexta-feira encurtar "Babilônia". Projetada para ter 161 capítulos, a novela vai acabar no 143º episódio. Ao lado de "Em Família" (2014), será a quarta novela das oito ou das nove mais curta dos 50 anos da Globo - só terá mais capítulos do que "Anastácia" (1967), com 125 episódios, "Sangue e Areia" (também de 1967), com 135, e "Sol de Verão" (1982), com 137.
A trama de Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenez Braga perderá três semanas no ar. O último capítulo, que seria apresentado em 18 de setembro, será veiculado agora 28 de agosto. O motivo do encurtamento é a baixa audiência. Com média de 25 pontos na Grande São Paulo, "Babilônia" tem o pior ibope das 20h/21h desde que a Globo assumiu a liderança, na virada dos anos 1960 para os 1970.
Os trabalhos de "A Regra do Jogo" (ex-"Favela Chic"), de João Emanuel Carneiro, foram acelerados. Com a estreia marcada agora para 31 de agosto, a novela começará a ser gravada nas próximas semanas. Recém-egressa de Alto Astral, a atriz Giovanna Lancellotti teve que cancelar uma viagem de férias. Terá apenas uma semana de folga. Começa a trabalhar na semana que vem.
Executivos da Globo confirmam a redução de "Babilônia", mas não consideram certo dizer que a produção foi encurtada, uma vez que novelas, por serem obras abertas, só ficam prontas quando terminam. Mas o fato é que havia uma previsão de 161 capítulos para "Babilônia". Poderia ser estendida, como aconteceu com Império (203 episódios) e com Amor à Vida (221), mas se optou pelo abreviamento.
Nas últimas semanas, a Globo lançou uma ofensiva para recuperar "Babilônia". Após pesquisas detectarem rejeição ao excesso de mau-caratismo e de realidade na novela, a primeira providência foi evitar que Alice, personagem de Sophie Charlotte, virasse prostituta. Ela se tornou uma mocinha mais tradicional, para compensar a falta de empolgação do público com Regina (Camila Pitanga). 
Depois, a Globo tratou de acelerar a trama envolvendo entre Inês (Adriana Esteves) e Beatriz (Gloria Pires). O que era para ser uma relação de inveja movida a chantagem, virou uma relação de ódio com o objetivo de vingança. Um segredo que Inês guardaria até por volta do 90º capítulo veio à tona no final do primeiro mês: na adolescência, Beatriz seduzira o pai de Inês, e ele se matou na cadeia.
Com a trama mais ágil, Inês divulgou um vídeo que mostrava Beatriz beijando o pai de Regina, Cristóvão (Val Perré), que a vilã matou no primeiro capítulo. Em seguida, Beatriz tentou matar Inês. Na semana que vem, ela liquidará uma testemunha do primeiro crime.
A novela também teve mudanças de ordem moral. Beatriz, que seria uma "devoradora" de homens, passou a se relacionar apenas com um amante. Bombardeados por parlamentares evangélicos, beijos entre duas senhoras lésbicas, interpretadas por Fernanda Montenegro e Nathalia Timberg, ficaram restritos ao primeiro e terceiro capítulos. E o personagem de Marcos Pasquim, Carlos Alberto, que seria um "gay enrustido", não teve sua homossexualidade desenvolvida na história _ele será heterossexual.


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