“Coloquei-me em risco por irresponsabilidade e por ter tido relacionamentos longos. Não carrego culpa pelo passado. Errei, sim, mas tive sorte e posso fazer diferente”, diz a atriz, que quer levantar a bandeira do sexo seguro e fazer um alerta para a nova geração mudar de comportamento. “Uma vez perguntei a um médico quando poderia parar de usar preservativo e ele respondeu: ‘Quando sua vida não valer mais a pena’”, lembra Deborah.
A beldade conta que todo mundo quer saber sobre os 11 quilos que ela perdeu para ficar com o corpo debilitado e frágil de Judite, sua personagem com HIV no filme "Boa Sorte". No entanto, a preparação foi muito além da dieta restritiva que a fez ficar com 44 quilos. A atriz se emocionou assim que leu o roteiro e pediu para a diretora Carolina Jabor para fazer o teste para o papel.
“É necessário trazer o tema à tona no nosso país. Falar que é uma doença incurável e que o Brasil tem índices de contaminação crescentes, fruto do preconceito. As pessoas esqueceram que é uma doença grave. O filme também fala do uso descontrolado de remédios ansiolíticos, que sem acompanhamento médico, podem ser destrutivos”, adianta.
"Boa Sorte" levou o prêmio de melhor longa-metragem pelo júri popular no mês passado, na sexta edição do Festival de Cinema de Paulínia. Deborah se emociona com esse retorno do público, pois a produção é sua “menina dos olhos” no momento.
Escolada nas cenas de sexo
O longa-metragem estreia entre outubro em novembro no circuito nacional de cinema. "Boa Sorte" conta a história do amor improvável entre João (João Pedro Zappa), um jovem de 17 anos, dependente de medicamentos tarja preta, e Judite (Deborah Secco), uma mulher de pouco mais de 30 anos, que já experimentou de tudo na vida. Eles se conhecem numa clínica de reabilitação.
A atriz, que está prestes a completar 35 anos, afirma que pela primeira vez conta uma verdadeira história de amor. “Eles se apaixonam perdidamente. Ela tem todo cuidado do mundo por ser mais madura. Judite tem necessidade de querer viver e não colocar seu amor em risco. Muitas pessoas passam a vida toda sem encontrar um amor como o deles, profundo e intenso”, comenta Deborah.
Diante de questões tão delicadas, a loira revela que as cenas de sexo foram a parte mais simples do trabalho. Depois de encarar, sem pudor, o trabalho para contar a história da garota de programa Bruna Surfistinha, a atriz se sente pós-graduada no assunto.
“Acho que ninguém vai me ensinar mais do que aprendi fazendo a Bruna, quando entendi que o ator atua, não faz nada de verdade. Faço tudo sem me agredir”, revela Deborah, confidenciando que a timidez sobrou para seu parceiro de cena, que é mais novo. João, que deu vida a um adolescente, tem 25 anos.
Aeromoça de "Boogie Oogie"
A atriz, que nasceu em 1979, conta que toda vez que abre a mala da sua personagem faz uma viagem no tempo, pois os objetos de cena remetem à sua infância. A trama se passa em 1978 e fará uma releitura das boates e de toda moda e comportamento dessa época.
“Estou escalada para essa novela há algum tempo e estou muito animada por ser a época da disco e ter muito colorido. Sempre tive vontade de ter vivido naquela década e vou poder brincar de viver um pouco nos anos 1970 com a novela. É uma época brilhante, de liberdade pós-opressão, pós-ditadura”, diz a atriz.
Como Inês é uma aeromoça e antigamente as pessoas não viajavam tanto para o exterior, ela representa o único contato dos personagens da trama com o que se passava fora do país. “Ela traz mercadorias de fora e vira uma espécie de muambeira. Mas acima de tudo Inês é descolada. É uma pessoa do bem, de bom coração”, adianta Deborah, que foi convidada para fazer o papel pelo diretor Ricardo Waddington e pelo autor Rui Vilhena.
A atriz conta que Inês começa a trama solteira, sem filhos e o com um pai bastante complicado. Vicente é interpretado por Francisco Cuoco.
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