Não levou.
O troféu, anunciado na noite passada, em Nova York, ficou com "Lado a Lado", novela que retrata o Rio de Janeiro dos anos 1903 a 1910, com ênfase na primeira geração negra brasileira livre da escravatura, no nascimento das favelas cariocas, no surgimento do samba e na chegada do futebol, então um esporte elitista, que não admitia a presença de negros.
Primeiro trabalho solo de João Ximenes Braga (ex-colaborador de Gilberto Braga, com quem assinará a novela das 9 em 2015) e Cláudia Lages (ex-colaboradora de Manoel Carlos), "Lado a Lado" foi de fato uma produção bem alinhavada, sem furos históricos e com toda a alegoria que a ficção pede, do início ao fim. Tinha Lázaro Ramos e Camila Pitanga, Marjorie Estiano e Thiago Fragoso, mais Patrícia Pillar, sob o comando de Dênnis Carvalho.
Novela das 6 só padece de um sofrimento: ser a mais ignorada das novelas pela mídia, já que vai ao ar em pleno horário de expediente e mal é vista pelos jornalistas.
Taí o Emmy para resgatar "Lado a Lado" ao posto que ela merece.
Já Fernanda Montenegro (foto), premiada pelo especial "Doce de Mãe", de Jorge Furtado, que ganhará uma extensão no calendário de especiais deste ano na Globo, chamou a atenção do mercado internacional desde o dia de sua indicação, anunciada durante a feira o MipCom, em Cannes, em outubro. A informação veio logo associada a outra performance de dona Fernanda no exterior, dada sua nominação ao Oscar de Melhor atriz, lá em 1998, pelo filme "Central do Brasil".
Naquele ano, ela perdeu, e muito injustamente, para Gwyneth Paltrow, por uma insossa protagonista de "Shakespeare Apaixonado". Sem comparação.
Dona Fernanda toma agora o seu caneco de Emmy, mas, se o mundo das premiações fosse justo, ela já teria seu Oscar na prateleira de casa.
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