Repórter "gonzo" é aquele que se envolve com a notícia, que vivencia a história que relata, que "sente na pele" a experiência dos personagens retratados.
Esse perfil levou Veríssimo ao Discovery Channel, onde ele apresenta, a partir do próximo dia 17, Na Fé, uma série de nove episódios com gravações no Brasil, Bolívia, Peru, Haiti, Cuba e México.
Na produção da Mixer, Veríssimo experimenta nove nove festas religiosas não convencionais. Quatro delas são no Brasil: Iemanjá (Salvador), Círio do Nazaré (Belém), Santa Bárbara (em Codó, no Maranhão, comandada por um pai-de-santo às margens de um rio) e, ainda a gravar, o festival da tribo Yawanawá, no Acre.
Em Cuba, Veríssimo participou da peregrinação de São Lázaro. Em uma das regiões mais violentas do mundo, pintou o próprio corpo e dançou com os índios rarámuris na Semana Santa Tarahumara. No Haiti, participou do ritual de iniciação de uma comunidade de seguidores da fé Vodou.
Adepto do hinduísmo desde os 17 anos, Veríssimo se sentiu profundamente impactado pela experiência do Haiti, mas foi na Peru, a 5.000 metros de altitude e a 10 graus negativos, que mais sofreu. Logo de cara, participou de um ritual em que levava chibatadas.
"Tive soroche, que é um mal da altitude. Fiquei em um estado depauperado. Como não podia deixar de gravar, tive de gravar com febre. Vi a foice da morte do meu lado, me chamado", conta. "Renasci das cinzas".
Na Bolívia, um Arthur Veríssimo contrário à violência teve que dar uma rasteira em um peregrino. "A festa [de El Tinku] é simplesmente porrada e fé, até derramar sangue. Os caras se dão soco mesmo", conta.
Ele ainda perdeu uma unha do pé em Belém. E tomou um "psicoativo" com indígenas no México, onde gravou escoltado por homens armados.
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