quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Brasil é a terra dos contadores de histórias, diz produtor de Lost

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Um dos produtores executivos e diretor de boa parte dos episódios de "Lost", o norte-americano Jack Bender (foto) considera o Brasil um país de grande potencial para produzir filmes e séries para televisão.
“Este país aqui é a terra dos contadores de histórias”, disse, inspirado pelo o que viu recentemente nos desfiles das escolas de samba.
“Qualquer país que pode produzir esse tipo de espetáculo [desfile de escola de samba] tem um espírito muito elevado contador de histórias”, complementou.
Bender, que também dirige e produz a nova 'Alcatraz' (Warner Channel), fez a declaração na abertura da segunda edição do Rio Content Market, evento que discute a produção de conteúdos em multiplataformas e é dirigido ao mercado de produção independente.
O produtor e diretor, que também é pintor (e pintou uma tela durante sua apresentação), considera desfiles de escolas de samba narrativas perfeitas. “Mas não podemos ser tão perfeitos assim”.
Para Bender, os dispositivos (televisão, internet, celular) estão mudando muito e rapidamente, mas isso não importa. O importante, diz, é contar a verdade.
“Se você tem algo a contar, alguma verdade a dizer, não interessam as dificuldades, os problemas, os defeitos que o seu filme vai ter, porque essa verdade vai estar na tela. O fundamental é contar a verdade. Lost fez isso”, afirmou.
“Qual era a verdade que interessava em Lost?”, pergunta a cineasta e diretora de TV Anna Muylaert ('Castelo Rá-Tim-Bum', 'O Mundo da Lua', 'Filhos do Carnaval', 'É Proibido Fumar'), que participa da mesa com Bender.
“O que me atraiu muito nesse programa foram os personagens, os atores, o melhor conjunto que já vi em anos, multirracial. O programa era sobre pessoas que lutavam para se tornar melhores”, respondeu.
Para Bender, bons programas de televisão precisam ser necessariamente megaproduções.
Ele citou o caso de "In Treatment" ("Em Terapia", da HBO), criada por “um jovem cineasta israelense que não tinha dinheiro, apenas uma câmera de vídeo” e que se passa em um consultório de um terapeuta.
“Foi brilhante. Por mais orgulho que eu tenho do visual cinematográfico de Lost, o mais importante é que 'Lost' era sobre a intimidade daquelas pessoas. Bons programa têm a ver com os personagens. E 'In Treatment' é uma boa série sobre duas pessoas conversando em um consultório”, completou.

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