O Ministério da Justiça inicia hoje em Brasília uma série de reuniões em  que discutirá mudanças no Manual de Classificação Indicativa de  programas de TV, filmes e espetáculos. O encontro de hoje, com técnicos  do governo federal, do Ministério Público, da Unesco e de ONGs, irá  tratar da forma como a televisão trata o sexo.
O atual manual, em vigor desde 2007, especifica para qual idade um  programa deve ser classificado conforme o grau de sexo, violência e  consumo de drogas. 
Por exemplo: um filme que seja ocupado por violência de 10% a 30% de sua  duração deve ser impróprio para menores de 12 anos; se a proporção de  violência aumentar para até 50%, a classificação sobe para impróprio  para menores de 14 anos.
O rigor do Ministério da Justiça tem irritado principalmente autores de novelas. Em junho, a novela "Tempos Modernos"  foi reclassificada como imprópria para menores de 12 anos, inadequada  para exibição antes das 20h. Isso só não inviabilizou a exibição da  novela às 19h porque ela já tinha acabado quando a mediada foi tomada. 
Nesta semana, o Ministério da Justiça discordou a da classificação dada pela Globo a "Ti Ti Ti",  de livre para todos os públicos. O órgão a reclassificou como  inadequada para menores de 10 anos, por conter "consumo de drogas  lícitas, agressão física, agressão verbal e linguagem de conteúdo  sexual". A nova classificação, no entanto, não prejudica a exibição da  novela, porque programas impróprios para menores de 10 anos podem ir ao  ar em qualquer horário.
Segundo Davi Ulisses Brasil Simões Pires, diretor do Departamento de  Classificação Indicativa do Ministério da Justiça, não existe  "animosidade" com nenhuma emissora. "Hoje em dia, a classificação  indicativa já tem aceitação melhor pelas emissoras", diz. 
Pires afirma que as reuniões que serão realizadas a partir de hoje visam  a aprimorar o sistema de classificação indicativa. Serão promovidos  encontros temáticos (em um dia se tratará de sexo; em outro, de  violência). Hoje, serão ouvidas entidades como o Instituto Alana, a Andi  (Agência de Notícias dos Direitos da Mídia), o Observatório da Mulher e  o Conselho Federal de Psicologia, entre outras.
Nas próximas semanas, serão ouvidas as emissoras de TV e entidades  representativas de profissionais de televisão e cinema. O Ministério da  Justiça também deverá promover uma consulta pública pela internet, em  que qualquer pessoa interessada poderá opinar sobre o tema. 
 
 

 






 
 
 
 
 
 
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