- Silvio é inacessível. Já que as pessoas não podem chegar ao deus, recorrem ao santo. Esse é meu papel: sou uma intermediária. Todos são loucos pelo Silvio e me param muito para perguntar como ele é fora do palco. Respondo que é mais incrível do que no programa. Nós temos a oportunidade de vê-lo como pessoa física, sem maquiagem, sem terno. Conhecemos o ser humano, o pai, o empresário. Todas essas facetas dele são perfeitas e admiráveis.
Lívia, de 33 anos, começou a carreira aos 14 no programa "Fantasia", do SBT, e depois foi assistente de palco de Sérgio Mallandro em seu programa na emissora. Ela ainda participou de quadros de "A Praça é Nossa", no ar às quintas-feiras no canal. Como atriz, interpretou Janaína na novela "Corações Feridos" e a vilã Suzana em "Carrossel", além de ter apresentado, entre outras atrações, "Arena SBT", em 2014.
- Se as pessoas acham graça em mim hoje, Silvio tem culpa nisso. Apesar de ter trabalhado na "Praça é Nossa", eu era tímida, não me considerava engraçada. Ele foi me cutucando e fazendo com que eu mostrasse minha essência. Tive sorte na vida, pois chegar até ele é difícil. Então, aproveitei a oportunidade - avalia ela.
Lívia conta que, ao longo da profissão, sofreu preconceito e foi desrespeitada por um produtor de "A praça é Nossa":
- As pessoas acham que a mulher tem que ser gostosa, burra e sem opinião. É muito difícil conquistar espaço profissional na TV, ainda mais na área do humor. Passei por uma situação chata com um produtor e, nesse dia, resolvi dar uma grande virada na vida. A confusão começou porque haveria brincadeiras no programa e, sabendo que teria que correr e jogar bola, resolvi colocar uma calça legging para não aparecer a calcinha. Não tenho problema em usar biquíni, mas a proposta ali não era essa. Ao me ver, ele mandou que eu colocasse uma saia. Recusei e ele disse: 'Meu bem, aqui é assim. Ou mostra a calcinha ou sai'. Eu sempre mostrei o corpo no palco do Sérgio Mallandro e nunca fui desrespeitada, não seria ali que isso aconteceria. Tirei satisfações com ele e gritei bastante. Achei que tinha perdido o emprego, mas muita gente ligou me parabenizando. A partir daquele dia, passei a ser eu mesma. Agora, no programa do Silvio, ele me provoca e não fico quieta. Passei a ser mais debochada e atirada.
Segundo ela, o perfil do seu público mudou bastante depois que passou a integrar o elenco da atração comandada por Silvio:
- Antigamente, eu sofria preconceitos e julgamentos até por parte da minha família. Ouvi absurdos de gente conhecida e desconhecida. Eu sempre tentei provar o contrário, pois é meu trabalho. Foi difícil ouvir certas ofertas, já que comecei cedo a trabalhar com essa pegada sensual. Isso me revoltava, mas só o tempo mostra quem são as pessoas. Nunca precisei namorar um famoso para usar como escada nem sair com alguém para conseguir uma vaga, por exemplo. As pessoas falavam: "Ela faz programa". Por mais propostas que tenha recebido, nunca fui pelo caminho errado e estou até hoje na TV. Explodir é fácil, mas se manter é difícil. Hoje em dia não rola mais aquele assédio dos homens como quando eu tinha 16, 17 anos. Meu público é de mulheres e crianças.
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