Moisés (Guilherme Winter) nasceu, cresceu, viu as pragas invadirem o
Egito e abalarem a concorrência, mas terminou a primeira temporada de "Os
Dez Mandamentos" sem que os mandamentos que dão nome à trama fossem
revelados. Ironia? Não, é falta de planejamento mesmo. A Rede Record não
soube o que fazer diante do sucesso da saga bíblica e espremeu até onde
pôde os frutos do filão religioso, adiando para a segunda temporada,
criada na última hora, a revelação dos dez mandamentos.
O grande feito da história de Moisés foi ter mexido com a Rede Globo, obrigando a emissora líder a reavaliar as histórias que coloca no ar e aprimorar os produtos que oferta ao público. O desafio da Record agora é reconquistar o público que migrou para a Globo nesse hiato de quatro meses em que Moisés descansou. Diferentemente da reta final da primeira temporada, no entanto, a segunda está longe de incomodar a Globo no Ibope. Há quase duas semanas no ar, estacionou na faixa dos 15 pontos, pelo menos dez atrás da concorrente no horário. Na missão de reconquistar a liderança, "Os Dez Mandamentos" vem escorregando no deserto com narrativa lenta e recursos toscos.
De volta como protagonista, Moisés e seus fiéis seguidores ao menos não têm mais pela frente os egípcios nem a canastrice do faraó de outrora, Ramsés (Sergio Marone).
Apostando fortemente no caldo mais certeiro da teledramaturgia, o maniqueísmo, "Os Dez Mandamentos" tem a seu favor a força e o fôlego da narrativa bíblica, que permite que novas histórias surjam, inclusive aquelas criadas pela própria autora, Vivian de Oliveira, que afirmou ter se inspirado na série "Game of Thrones", da HBO.
Desta vez, Moisés tem como objetivo conduzir os hebreus pelo deserto rumo à Terra Prometida. Depois disso, ele sai de cena e dá espaço a Josué (Sidney Sampaio), que protagonizará a próxima novela da emissora, escrita por Renato Modesto. Só que para isso, o profeta precisará enfrentar as dúvidas de seu próprio povo, personificadas na figura do vilão Corá (Vitor Hugo, ótimo e seguro em cena), e atravessar regiões de reinos hostis - daí a inspiração em "Game of Thrones".
Mas inspirar-se é uma coisa, atingir o resultado pretendido é outra completamente diferente. Na nova temporada, a novela começou já com a revelação dos dez mandamentos, numa sequência que abusou de efeitos especiais toscos, que se estenderam também para as cenas evidentemente gravadas em chroma key, com inserções gráficas feitas em pós-produção. O efeito, que desta vez não foi produzido em nenhum estúdio hollywoodiano, destoou das cenas gravadas em estúdio, que, diga-se de passagem, também não são lá essas coisas.
Grata surpresa, a escalação de Francisca Queiróz (Elda) foi acertada, ainda mais se tratando de uma personagem que assumirá a vilania da história. Já que sutileza não é o forte do texto de Vivian de Oliveira, ao menos a atriz soube dosar o tom e deixar a vilã mais natural.
A novela bíblica conta novamente com a direção de Alexandre Avancini, o que dá certa unidade ao que foi visto no ano passado e o que foi apresentado nessa primeira semana. Há, ainda, a promessa de muitos efeitos especiais, com a presença de "serpentes abrasadoras", por exemplo. A gente só reza para que não surja na tela algo próximo da saga "Os Mutantes" (2008).
Tecnicamente, pouca coisa mudou. Sofrível, a caracterização teve poucas alterações e a história também não abriu mão dos inúmeros flashbacks para situar o telespectador. Já o texto continua com aquele tom declamatório e não empolga. Mais didático e cansativo, impossível. Faltou um pouco mais de ação, ao passo que sobraram cenas de blablablá. Pra quem reclamou da lentidão narrativa de "Velho Chico", "Os Dez Mandamentos", ao menos nesse início, faz a novela da concorrência parecer um furacão.
Moisés na primeira temporada quebrou "A Regra do Jogo" ao abrir o Mar Vermelho com recordes de audiência, mas por enquanto não foi capaz de abrir o "Velho Chico".
O grande feito da história de Moisés foi ter mexido com a Rede Globo, obrigando a emissora líder a reavaliar as histórias que coloca no ar e aprimorar os produtos que oferta ao público. O desafio da Record agora é reconquistar o público que migrou para a Globo nesse hiato de quatro meses em que Moisés descansou. Diferentemente da reta final da primeira temporada, no entanto, a segunda está longe de incomodar a Globo no Ibope. Há quase duas semanas no ar, estacionou na faixa dos 15 pontos, pelo menos dez atrás da concorrente no horário. Na missão de reconquistar a liderança, "Os Dez Mandamentos" vem escorregando no deserto com narrativa lenta e recursos toscos.
De volta como protagonista, Moisés e seus fiéis seguidores ao menos não têm mais pela frente os egípcios nem a canastrice do faraó de outrora, Ramsés (Sergio Marone).
Apostando fortemente no caldo mais certeiro da teledramaturgia, o maniqueísmo, "Os Dez Mandamentos" tem a seu favor a força e o fôlego da narrativa bíblica, que permite que novas histórias surjam, inclusive aquelas criadas pela própria autora, Vivian de Oliveira, que afirmou ter se inspirado na série "Game of Thrones", da HBO.
Desta vez, Moisés tem como objetivo conduzir os hebreus pelo deserto rumo à Terra Prometida. Depois disso, ele sai de cena e dá espaço a Josué (Sidney Sampaio), que protagonizará a próxima novela da emissora, escrita por Renato Modesto. Só que para isso, o profeta precisará enfrentar as dúvidas de seu próprio povo, personificadas na figura do vilão Corá (Vitor Hugo, ótimo e seguro em cena), e atravessar regiões de reinos hostis - daí a inspiração em "Game of Thrones".
Mas inspirar-se é uma coisa, atingir o resultado pretendido é outra completamente diferente. Na nova temporada, a novela começou já com a revelação dos dez mandamentos, numa sequência que abusou de efeitos especiais toscos, que se estenderam também para as cenas evidentemente gravadas em chroma key, com inserções gráficas feitas em pós-produção. O efeito, que desta vez não foi produzido em nenhum estúdio hollywoodiano, destoou das cenas gravadas em estúdio, que, diga-se de passagem, também não são lá essas coisas.
Grata surpresa, a escalação de Francisca Queiróz (Elda) foi acertada, ainda mais se tratando de uma personagem que assumirá a vilania da história. Já que sutileza não é o forte do texto de Vivian de Oliveira, ao menos a atriz soube dosar o tom e deixar a vilã mais natural.
A novela bíblica conta novamente com a direção de Alexandre Avancini, o que dá certa unidade ao que foi visto no ano passado e o que foi apresentado nessa primeira semana. Há, ainda, a promessa de muitos efeitos especiais, com a presença de "serpentes abrasadoras", por exemplo. A gente só reza para que não surja na tela algo próximo da saga "Os Mutantes" (2008).
Tecnicamente, pouca coisa mudou. Sofrível, a caracterização teve poucas alterações e a história também não abriu mão dos inúmeros flashbacks para situar o telespectador. Já o texto continua com aquele tom declamatório e não empolga. Mais didático e cansativo, impossível. Faltou um pouco mais de ação, ao passo que sobraram cenas de blablablá. Pra quem reclamou da lentidão narrativa de "Velho Chico", "Os Dez Mandamentos", ao menos nesse início, faz a novela da concorrência parecer um furacão.
Moisés na primeira temporada quebrou "A Regra do Jogo" ao abrir o Mar Vermelho com recordes de audiência, mas por enquanto não foi capaz de abrir o "Velho Chico".
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