A primeira vez que encontrei com Paulo Goulart ainda era assistente de produção na Jovem Pan. Numa manhã, recebi a missão de recepcionar e ficar ao lado dos convidados durante o momento em que teriam que esperar a entrevista no “Show da Manhã”. Ali estavam Nicete e Paulo, atores consagrados que deixaram um jovem jornalista encantado com as histórias que eles viveram no teatro e na TV. Naquele momento não havia divisão de classes, mas o respeito ao ser humano que ouvia aquelas palavras. Ali aprendi, ainda no início de carreira, o que é ser grande na arte, o que é ser grande na vida.
Depois, já repórter, editor e colunista, encontrei e entrevistei muitas vezes o Paulo Goulart em lançamentos de novelas e estreias no teatro. E não foram poucas as vezes em que ele participava de debates de outros assuntos, sempre muito gentil e educado com os produtores que ligavam para sua casa. Para quem trabalha em rádio reparar nas vozes é um costume. E Paulo Goulart tinha uma das vozes mais bonitas do país e uma interpretação impecável em suas locuções. Algo admirável que nunca terei, mas sempre lembrarei.
É claro que aqui poderia listar todas as novelas, os últimos trabalhos na TV, os filmes marcantes e as peças de teatro, mas preferi homenageá-lo por alguns aspectos que acho muito importantes num homem: a simplicidade, honestidade, respeito e a voz de timbre marcante.
Paulo Goulart era espírita e acreditava que a “morte” era apenas uma passagem. Melhor corrigir esta frase depois de lembrar uma das nossas conversas aqui nos bastidores da Jovem Pan. Paulo Goulart é espírita e acredita que a morte é apenas uma passagem porque a vida é muito maior do que os 81 anos de uma encarnação. Ele deixou bons exemplos e isso é o que vale.
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