A jornalista Ana Paula Padrão (46 anos), âncora do "Jornal da Record" e estrela da cobertura nos Jogos Olímpicos de Londres, diz ter certeza que boa parte das pessoas e críticos que atacam a Record não assiste à emissora.
"Quem diz que a Record copia a Globo não assiste a Record. Ao menos no jornalismo, as linhas editoriais são diametralmente opostas. A Record fala com o público mais simples, isso é visível", diz ela.
"Um dos exemplos de que a classe média não assiste a Record eu noto quando vou a Brasília (uma terra de classe média e média-alta). Muita gente que me para na rua logo pergunta: Onde você está hoje? O que está fazendo? (em qual emissora). Eles não sabem. Em compensação, quando vou fazer uma matéria na periferia as pessoas me chamam pelo nome, me pegam pela mão e me levam até onde está um buraco enorme na rua, ou um terreno com lixo. As pessoas simples sabem quem eu sou (e onde trabalho)", afirma.
Ana Paula concorda que existem críticas exacerbadas à Record pelo fato de seu acionista majoritário (Edir Macedo) ser um líder religioso. "Todo dono de emissora tem sua posição política, sua religião, sua posição na sociedade. Não acho que isso (a religião de Macedo) seja algo relevante (para o trabalho jornalístico)".
A jornalista, que já trabalhou na Globo e no SBT, diz que, pessoalmente, nunca foi tão feliz como no momento atual. "Não é que eu fosse infeliz antes (na Globo e no SBT), mas posso dizer que hoje eu me sinto plena e realizada como pessoa também."
"Record vai surpreender críticos em Londres"
Às 08h30min (18/07/2012): Ana Paula Padrão viajou nesta quarta-feira (18) para Londres, onde ficará até o final de agosto como âncora do “Jornal da Record” nos Jogos Olímpicos de Londres. Ela fala da expectativa da cobertura, desafia os críticos da Record e afirma que a emissora fará uma cobertura surpreendente.
Ana Paula afirma que, após anos de estrada (começou no jornalismo em 87), acabou se tornando "cascuda" (imune às críticas). No entanto, ela afirma ver uma certa "má vontade" dos críticos em relação à emissora em que trabalha, e cujo contrato vence em maio de 2013.
"Eu participei dos Jogos de Inverno de Vancouver e posso te garantir que foi a melhor cobertura esportiva que já participei, do ponto de vista técnico". Ela diz que a comparação vale para o período em que trabalhou na Globo.
Sobre as críticas que a Record recebeu na cobertura do Pan, ela diz que "não há como comparar um Pan e uma Olimpíada, e é óbvio que a Record vai se superar, vai mostrar imagens muito mais impressionantes e de muito mais ângulos na Olimpíada de Londres.”
Ana Paula Padrão foi rejeitada pela TV Bandeirantes no início de carreira
Às 08h31min (18/07/2012): "Um amigo meu, jornalista, me convenceu a levar uma fita na Band. Eu queria ser jornalista, então lá fui eu com a fita embaixo do braço. Uma editora assistiu à fita, me chamou e me mandou sentar. Ela disse: 'Olha, quer um conselho? Esquece essa história de fazer TV, de aparecer em vídeo. Você não tem o menor jeito com a coisa'. Bom, eu peguei minha fitinha e fui embora quietinha."
O caso acima é verdadeiro e contado sem mágoas pela jornalista Ana Paula Padrão. Ocorreu em 1987 e era uma lendária fita betamax, diz ela.
A âncora da Record não revela quem foi a editora que a rejeitou, mas afirma que acabaram trabalhando juntas anos depois, no SBT. Ou melhor, Ana acabou sendo chefe da "nêmeses" de seu início de carreira.
"Eu nunca comentei nada, e nem ela comigo", diz divertida.
Curiosamente, semanas após ser "gongada" pela sucursal da Bandeirantes em Brasília, Ana Paula foi chamada para integrar a equipe de repórteres da Globo na capital federal.
Poucos anos depois já era correspondente internacional e, um pouco mais tarde, âncora do "Jornal da Globo" e um dos rostos mais conhecidos da TV brasileira
Assista a íntegra da entrevista aqui nesse link.
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