Quantos parabéns você já recebeu hoje, Aguinaldo?
Foram centenas.
Como é que é receber esse prêmio?
É engraçado porque eu te confesso que não acreditava muito. Achava que, como a Globo tinha ganhado dois anos seguidos, eu pensei: “Ah! não vai sair esse prêmio para mim”. E, como também estou com problemas aqui na casa, nem fui. Comecei a acompanhar pelo Twitter do Emmy e, de repente, aparece lá: “Prêmio melhor novela: "Império", Rede Globo”. Confesso que fiquei muito emocionado.
Você teve problemas na sua casa de cultura, é isso?
Pois é. Porque eu inauguro a casa na sexta-feira. Na segunda, eu começo a master class, com 25 alunos. É uma responsabilidade muito grande e eu tenho que me preparar para isso. Se eu fosse para Nova York, seriam cinco dias de farra. Por causa disso, eu não fui. A pousada fica pronta em fevereiro.
Vamos fazer novamente uma análise de "Império"? Foi a melhor novela da sua vida?
Eu não sei se foi a melhor novela da minha vida, mas foi a novela que me deu mais alegrias, não só por causa dos prêmios que eu recebi, que foram vários, mas também porque ela me deu a sensação de que eu tenho muita coisa para fazer na vida, inclusive novelas. Não sou uma pessoa que está no ponto de se aposentar, não.
Embora você já tenha pensado nisso e depois desistido, não é?
Pois é. Só que agora eu não sofro mais dessa doença. Provavelmente, só vou parar mesmo quando eu morrer, o que eu espero que demore bastante para acontecer (risos).
Eu li no site "Ego" que a sua promessa de ficar pelado já foi cumprida, né?
Foi cumprida. Ontem à noite mesmo eu cumpri.
É uma grande vitória porque novela é um esforço muito grande… Ainda mais novelas que tenham alguns percalços. Qual foi o maior percalço de ‘Império’? Foi a saída da Cora (Drica Moraes)?
Foi a saída da Cora porque foi um momento que eu tive que tomar uma decisão muito rápida e uma decisão que era um tiro no escuro. As pessoas podiam rejeitar aquela troca, não é? Aí, a novela não seria mais a mesma. Foi uma decisão muito arriscada, e eu confesso que tomei essa decisão mesmo sofrendo alguma resistência, porque as pessoas achavam que não ia dar certo.
A gente descobre que ninguém é insubstituível: nem o vilão, nem a mocinha, não é?
Na verdade, isso é uma coisa que eu aprendi com ‘Império’: se a trama é boa, nenhum ator é insubstituível.
Queria te parabenizar pelas entrevistas em seu blog. É um novo prazer que você está tendo? Fazer vídeo e entrevistas?
É um novo prazer, sim. Eu gosto muito de fazer isso porque eu acho que é uma nova tendência em se fazer a imagem das pessoas, dando a elas a chance de mostrar o que elas realmente são.
E o escrito talvez não traduza naturalmente, não é?
Falam tanta coisa dessa pessoa… Vamos ver como ela é realmente. Vou deixar ela falar! Isso me dá um prazer muito grande. Entrevisto para tentar descobrir como aquela pessoa é, e isso é muito legal de fazer. Eu gosto muito.
Quem você sonha entrevistar?
Uma vez, eu tentei uma entrevista com o Fernando Henrique Cardoso, mas aí a assessoria dele alegou que ele estava muito ocupado. Outra que eu adoraria entrevistar, porque eu a adoro, é a Marta Suplicy. Vou propor porque ela é polêmica e verdadeira. Fala mesmo e acabou. Essa talvez seja uma das próximas que eu faça.
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