"Quero muito continuar a fazer séries, é um sonho meu. O bom é que essa tem 13 episódios. Acho que eu não fecharia se tivesse 22, porque você fica o ano inteiro gravando e eu amo muito fazer cinema. Quando fui assinar o contrato de cinco anos, pensei: 'Meu Deus, nunca assinei nada a que ficasse conectada'. Mas foi uma entrega. Com a idade, estou pensando um pouco mais em me organizar. É um novo momento", conta a atriz, a brasileira mais bem-sucedida no mercado internacional.
Uma das grandes apostas do canal que venceu o último Globo de Ouro, com "Mr. Robot", "A Rainha do Sul" é a história de uma mulher que herda do namorado um império de narcotráfico no México. A produção é baseada no livro homônimo do escritor Arturo Pérez-Reverte, que a atriz leu há oito anos. Um dos fatores que despertaram o interesse de Alice na trama foi o fato de a personagem ser líder em um universo majoritariamente masculino.
O piloto, dirigido por uma mulher (a dinamarquesa Charlotte Sieling), foi filmado em janeiro de 2015, e os demais episódios foram feitos entre setembro e março deste ano. Alice morou em Dallas, no Texas, durante sete meses para se dedicar às gravações e à construção da personagem. Ao falar sobre Teresa, ela deixa clara a paixão e a proteção que sente pela figura.
Essa não é a primeira vez que a história de "A Rainha do Sul" vai ao ar na TV. Em 2011, a rede de televisão norte-americana Telemundo produziu a novela "La Reina del Sur", com 63 episódios (no Brasil, foi exibida no ano passado pelo canal pago +Globosat). A atriz mexicana Kate del Castillo, protagonista dessa versão, foi alvo de investigações em janeiro deste ano após ter se encontrado com o traficante mexicano El Chapo, que era procurado pelo FBI e pela Interpol. Ela foi responsável também por mediar um encontro do ator norte-americano Sean Penn com o criminoso. Alice reprova a atitude de Kate.
"Fiquei desacreditada, como ela conseguiu chegar até ele? Achei muito triste e complicado porque El Chapo é uma pessoa que matou muita gente, não fez muitas coisas boas para o país dela [Kate]. Mas é uma escolha, acho que há uma curiosidade quase antropológica de querer entender quem é aquele ser humano. Então também não dá para julgar. Mas pensei: 'Agora eu sou a nova Rainha do Sul e essa mulher faz isso'", revela.
Alice se diz contrária à glamorização das drogas na TV e no cinema, porém defende que as histórias de traficantes são válidas quando dão o foco para os personagens e deixam "a cocaína como coadjuvante". Ela é grande fã de Breaking Bad (2008-2013) e de Narcos (2015), por exemplo.
"Wagner [Moura, protagonista de Narcos] é um irmão para mim. Ele foi uma das pessoas que me inspiraram nessa jornada. Ele sendo o rei do tráfico [no papel do traficante colombiano Pablo Escobar] e eu a rainha, está feito", brinca.
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