O "despejo" do camarim tem efeito simbólico. Já uma rescisão de contrato, se ocorrer, será algo inédito. A Record costuma punir apresentadores "rebeldes", como Britto Jr., apenas com a geladeira. Mas o caso de Geraldo Luís é considerado mais grave.
Britto Jr. "humilhou" o departamento comercial da emissora ao apelar para anunciantes salvarem o extinto "Programa da Tarde". Fez isso em uma rede social, o Facebook. Já Geraldo Luis reclamou publicamente da emissora usando a própria emissora, no programa do último dia 17, e desobedeceu às ordens do diretor do "Domingo Show", que, a pedido do vice-presidente de jornalismo, Douglas Tavolaro, implorava para o apresentador cessar seu desabafo, no qual acusou a Record de fazer cortes em uma reportagem e desrespeitar seu trabalho.
Para piorar a situação, a reclamação de Geraldo Luís foi vista em tempo real pelo bispo Edir Macedo, dono da emissora, que sintonizava a Record para acompanhar a votação do impeachment de Dilma Rousseff.
Na avaliação do departamento jurídico da Record, Geraldo Luís cometeu uma falta grave e descumpriu uma cláusula contratual que diz que ele não pode criticar a emissora nem mesmo por questões técnicas (como uma falha durante uma transmissão ao vivo). A questão que pesa na decisão da cúpula da emissora é se vale a pena comprar uma briga com o apresentador na Justiça, se isso não o transformaria em vítima. Por outro lado, avalia-se que, mesmo que a Record não rompa contrato e não processe o apresentador, Geraldo Luís poderá acionar a emissora na Justiça.
Geraldo Luís foi orientado por seu advogado a não dar entrevistas e a não se manifestar publicamente sobre seu desligamento do "Domingo Show". O apresentador vem sondando a possibilidade de migrar para a RedeTV! ou SBT, mas a crise econômica tem esfriado as negociações.
Geraldo Luís não tem atendido aos telefonemas do Notícias da TV. A Record não se comunica com o site.
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