Choderlos de Laclos seria um general francês de carreira literária
obscura se não tivesse escrito “Ligações Perigosas”. O romance epistolar
saiu em 1782, pouco antes da Revolução Francesa. A aristocracia estava
decadente, o clima de Sodoma e Gomorra era intenso. A correspondência
principal (mas não a única) do livro é a do Visconde de Valmont com a
Marquesa de Merteuil. Tramoias, perfídia e o paroxismo da corrupção
moral puxam essa história lida por muitas gerações. Desde a primeira
edição, foi um sucesso e um escândalo. O interesse pela obra nunca
arrefeceu.
Seu fôlego se deve, em grande parte, ao seu conteúdo erótico. Vale lembrar que há erotismo fora da cama, nas relações proibidas e nas transgressões éticas. Houve várias adaptações para o cinema. Amanhã, a TV Globo estreia a minissérie de Manuela Dias dirigida por Vinícius Coimbra (direção de núcleo de Denise Saraceni). A trama se desenrola nos anos 1920, numa geografia imprecisa no Brasil. Os primeiros 15 minutos se arrastam. O espectador tem a impressão de que a tentação de estetizar se sobreporá à necessidade de contar uma história. Mas isso não acontece. Logo a ação engrena e se estabelece. E fica claro que estão ali, bem compreendidos por Manuela, todos os ingredientes usados por Laclos, principalmente a oposta simetria entre a pureza de uns e a maldade de outros.
O elenco é da maior felicidade, a começar por Patricia Pillar e Selton Mello. Ambos estão maduros, experientes, dominando suas cenas com segurança e talento. Para apreciar e aplaudir. Leopoldo Pacheco, Aracy Balabanian, Lavínia Pannunzio, Marjorie Estiano, Alice Wegmann, Jesuíta Barbosa, Isabella Santoni e Alice Assef também colaboram para a qualidade da produção. Merecem elogios ainda a fotografia (Jean Benoît Crépon) e os figurinos (Marília Carneiro). Tudo é capricho e acabamento.
No século XVIII, especulou-se sobre a possibilidade de esse ser um roman à clé, em que figuras reais da aristocracia estavam sendo retratadas com outros nomes. Hoje, a organização social mudou, mas os comportamentos, nem tanto. “Ligações perigosas” mantém a potência. Vale conferir.
Seu fôlego se deve, em grande parte, ao seu conteúdo erótico. Vale lembrar que há erotismo fora da cama, nas relações proibidas e nas transgressões éticas. Houve várias adaptações para o cinema. Amanhã, a TV Globo estreia a minissérie de Manuela Dias dirigida por Vinícius Coimbra (direção de núcleo de Denise Saraceni). A trama se desenrola nos anos 1920, numa geografia imprecisa no Brasil. Os primeiros 15 minutos se arrastam. O espectador tem a impressão de que a tentação de estetizar se sobreporá à necessidade de contar uma história. Mas isso não acontece. Logo a ação engrena e se estabelece. E fica claro que estão ali, bem compreendidos por Manuela, todos os ingredientes usados por Laclos, principalmente a oposta simetria entre a pureza de uns e a maldade de outros.
O elenco é da maior felicidade, a começar por Patricia Pillar e Selton Mello. Ambos estão maduros, experientes, dominando suas cenas com segurança e talento. Para apreciar e aplaudir. Leopoldo Pacheco, Aracy Balabanian, Lavínia Pannunzio, Marjorie Estiano, Alice Wegmann, Jesuíta Barbosa, Isabella Santoni e Alice Assef também colaboram para a qualidade da produção. Merecem elogios ainda a fotografia (Jean Benoît Crépon) e os figurinos (Marília Carneiro). Tudo é capricho e acabamento.
No século XVIII, especulou-se sobre a possibilidade de esse ser um roman à clé, em que figuras reais da aristocracia estavam sendo retratadas com outros nomes. Hoje, a organização social mudou, mas os comportamentos, nem tanto. “Ligações perigosas” mantém a potência. Vale conferir.
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