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segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Netflix já fatura mais de R$ 500 mi e vira o "Uber" da TV por assinatura

Há quatro anos em operação no Brasil, a Netflix já tem pelo menos 2,5 milhões de assinantes no país e vai faturar mais de 500 milhões neste ano, superando as receitas das redes Bandeirantes e da RedeTV!, respectivamente quarta e quinta maiores redes abertas nacionais. O Brasil já é o quarto maior mercado mundial do serviço de vídeo, atrás apenas de Estados Unidos, Canadá e Reino Unido. 
O crescimento acelerado da Netflix tem assustado executivos de TV por assinatura, que reclamam de "concorrência assimétrica" e "injusta" e a chamam de "Uber" do audiovisual, numa referência ao aplicativo que vem tirando passageiros dos taxistas. A empresa é hoje o segundo maior vilão da TV paga, porque oferece um serviço semelhante e não arca com os mesmos impostos que o setor. Só não é mais satanizada do que a pirataria.
A Neflix não divulga quantos assinantes tem no Brasil. Revela apenas que possui 65 milhões de clientes no mundo todo, 23 milhões fora dos Estados Unidos. Baseada em publicações internacionais de prestígio, como a Bloomberg, a estimativa de 2,5 milhões de assinaturas no Brasil é considerada conservadora.
A partir de ferramentas de monitoramento de logins e downloads de vídeo na internet, executivos de canais pagos e operadoras calculam que a Netflix possa ter 4 milhões de assinantes no Brasil, com um faturamento próximo de R$ 1 bilhão, o mesmo que o SBT. Assim, se fosse uma operadora de TV paga, a Neflix seria a terceira maior - só teria menos assinantes do que Net e Sky. 

Menos impostos

As operadoras e programadoras de TV paga reclamam que a Netflix leva vantagem competitiva por ter carga tributária menor. Esses impostos reduziriam seu custo operacional em 50%. O principal problema é que a modalidade de serviço que ela oferece (chamado de OTT - over-the-top) não é regulamentado e é difícil de regulamentar, por se tratar de um conteúdo servido globalmente, na "nuvem", no ambiente de relativa liberdade da internet.
Executivos de TV paga afirmam que o setor cumpre com 1.600 obrigações tributárias e burocráticas e gera 135 mil empregos, enquanto a Netlifx não teria nenhuma obrigação e funciona com apenas algumas dezenas de funcionários no Brasil.
A Netflix não recolhe ICMS, de 10% sobre o valor da mensalidade, o que daria de R$ 50 milhões a quase R$ 100 milhões neste ano. Também não paga Condecine (Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria Cinematográfica Nacional), uma taxa de R$ 3.000 sobre cada título de seu catálogo. Como tem 3.000 filmes, séries e programas, a Netflix está economizando R$ 9 milhões.





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