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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Rede Globo manda cortar sexo, mas autor de "Império" ignora e ator reclama

A direção da Rede Globo pediu ao autor Aguinaldo Silva para reduzir a quantidade e a intensidade de cenas de sexo e violência na novela Império. A orientação é pegar leve principalmente nas sequências de amor entre José Alfredo e Maria Isis (Alexandre Nero e Marina Ruy Barbosa na foto acima), nos stripteases de Robertão (Rômulo Neto) e no "sexo selvagem" entre Reginaldo (Flávio Galvão) e Tuane (Nanda Costa). Beijos entre personagens homossexuais somente com autorização prévia.
Silva, no entanto, tem se mostrado "rebelde". Capítulos que irão ao ar a partir da última semana de agosto já estão mais leves, com menos sexo. Haverá apenas uma cena de sexo entre os dias 25 e 30. Mas o roteiro dessa sequência, entre José Alfredo e Maria Marta (Lília Cabral), traz detalhes picantes, como ela o vendo nu e ambos "chegando ao auge do prazer".
Apesar de já ter visto dois beijos gays escritos e cortados nas gravações, Silva insiste na imagem: voltou a escrever um novo beijo entre Cláudio (José Mayer) e Leonardo (Klebber Toledo) no capítulo que vai ao ar em 1° de setembro (veja como será a cena clicando aqui). Provavelmente, o terceiro beijo gay da novela será transformado em um abraço.
Os cortes, realizadas na ilha de edição ou no set de gravação, têm incomodado o elenco. Na última quarta (13), o protagonista Alexandre Nero foi ao Instagram reclamar do moralismo na teledramaturgia. "Vocês ainda não entendem por que nas novelas não têm sexo, drogas, beijo gay e violência gratuita? Porque isso só existe na vida real!", ironizou.
Nos bastidores, o texto de Nero foi interpretado como um protesto aos cortes e uma referência a uma cena que ele gravou com Marina Ruy Barbosa. O roteiro de Aguinaldo Silva pedia que José Alfredo e Maria Isis "se embolassem na cama, nus, num amor tórrido”. No ar, eles sequer ficaram nus.
A Globo está reduzindo a carga de sexo e violência de Império para não chocar telespectadores mais conservadores e setores da Igreja Católica e evangélicos. Nos bastidores, já se levantou a suspeita de que haveria temor também quanto à classificação indicativa.
Procurada pelo Notícias da TV, a Globo admitiu que "há uma dinâmica regular de interlocução da direção da Globo com seus criadores, em todos os produtos".

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