Carlos Lombardi (foto) deve assistir o último capítulo de "Pecado Mortal" (Record) com a sensação de que uma transição se completou em sua carreira. Não só
por ter mudado de emissora, mas por ter investido numa drama adulto,
gênero totalmente diferente pelo qual ficou famoso, a comédia
escrachada. Em meio à finalização da trama, o autor encontrou tempo para
responder essa entrevista ao blog por email. O dramaturgo elegeu
destaques da trama, falou sobre a audiência abaixo dos dois dígitos e
garantiu ter planos de escrever mais uma novela e uma série. Sobre o
desfecho da história, preferiu guardar segredo: "Você vai cair pra trás,
tenho certeza". Leia abaixo.
Qual o balanço que faz de "Pecado Mortal", sua primeira novela fora da TV Globo?
Uma delícia de novela. Tive muita liberdade temática, tive um elenco muito muito bom. Uma direção da casa que me deu espaço e liberdade. Essa é a parte boa. Tive a experiência com as Alexia – não gostei das câmeras, estáticas e pesadas demais, não combinam com minha narrativa movimentada e ágil. É como um playboy ter que dirigir um Volvo. O playboy em mim preferia uma BMW esporte.
Para quem estava acostumado às comédias do horário das sete, "Pecado Mortal" trouxe uma trama mais séria. Foi mais prazeroso mudar de gênero?
Foi uma das razões de mudar para a Record. Precisava de férias de comédia. Adorei ir mais fundo.
Preciso falar da cena em que Michele é alvejado pelo filho enquanto é mantido refém e incendiado por Picasso. Tensa do começo ao fim, um grande acerto. Considera que teve liberdade para criar sequências mais adultas?
O mais legal é que seu Marcelo (Silva, vice-presidente artístico da Record) não gostava da cena, reprovava a atitude do personagem – eu não. E ele me permitiu contar do meu jeito. É a prova maior da minha liberdade nesse trabalho e nessa casa.
Houve imprevistos durante as gravações, como a saída repentina de uma atriz e a mudança de diretor. Foi difícil lidar com situações como estas?
Faz parte.
Embora tenha sido aclamada pela crítica, a trama infelizmente não foi um estouro de audiência. Tem alguma teoria que explique isso?
Fizemos uma novela de tema adulto num tempo de infantilização da TV. Também houve erros de estratégia de programação, especialmente quanto a horários.
Quem pode ser apontado como destaque da novela? Teve alguma surpresa específica?
Tinha duas certezas, Paloma e Vitor Hugo. Certezas que se confirmaram. Inteligentes, vibrantes, exuberantes. Tinha duas apostas baseadas no meu instinto, no meu faro e nos trabalhos anteriores deles, Fernando Pavão e Felipe Cardoso. Superaram e muito minhas expectativas. Leitura inteligente, postura profissional, foi ótimo arriscar neles e ganhar. Ddois atores sem medo de escorregar na casca de banana ou encararem a força e a fragilidade com a mesma vontade. Queria muito traballhar com Simone Spoladore, foi muito bom. Idem com Juliana Didone.
Também houve reencontros com atores que já tinham atuado em outras tramas suas.
Adorei reencontrar Iran, Claudinho, Daniel del Sarto, Bianca Biygton (nosso primeiro trabalho foi há 22 anos em "Perigosas Peruas", adoro Bianca). Sei que estou devendo falar de gente excepcional mas é complicado a essa altura. Estou envolvido na edição do capítulo final e vou cometer muitas injustiças. E dois reencontros mágicos: Tatty Goulart, com quem trabalhei lá em "Quatro por Quatro" quando era uma menina e vejo que continua a mesma atriz firme e inteligente de sempre. E, claro, sempre, Betty Lago, uma das pessoas mais importantes da minha vida e uma das que melhor lê meu texto há exatos vinte anos. Somos, com certeza, companheiros de viagem.
Se incomoda com quem destaca suas tramas pelos tão falados descamisados?
Não tenho culpa se as pessoas não tem mais nada a dizer. A essa hora já transformei em deboche. Acredito, no fundo, que é gente que não assiste o produto que comenta e que se apega a qualquer rótulo pra parecer que assistiu. Modéstia a parte, tenho coisas muito mais importantes do que essa brincadeira que, para mim, virou o equivalente as passagens de Hitchcock em seus filmes.
Pretende seguir escrevendo novelas ou prefere apostar em seriados? Já tem algum outro projeto em vista?
Ambas as coisas. Tenho alguns projetos na cabeça. Agora é desenvolver.
Por fim: a Record está guardando a sete chaves o último capítulo da novela. Dá pra revelar algum segredo?
Você vai cair pra trás, tenho certeza. É só isso que posso dizer.
Qual o balanço que faz de "Pecado Mortal", sua primeira novela fora da TV Globo?
Uma delícia de novela. Tive muita liberdade temática, tive um elenco muito muito bom. Uma direção da casa que me deu espaço e liberdade. Essa é a parte boa. Tive a experiência com as Alexia – não gostei das câmeras, estáticas e pesadas demais, não combinam com minha narrativa movimentada e ágil. É como um playboy ter que dirigir um Volvo. O playboy em mim preferia uma BMW esporte.
Para quem estava acostumado às comédias do horário das sete, "Pecado Mortal" trouxe uma trama mais séria. Foi mais prazeroso mudar de gênero?
Foi uma das razões de mudar para a Record. Precisava de férias de comédia. Adorei ir mais fundo.
Preciso falar da cena em que Michele é alvejado pelo filho enquanto é mantido refém e incendiado por Picasso. Tensa do começo ao fim, um grande acerto. Considera que teve liberdade para criar sequências mais adultas?
O mais legal é que seu Marcelo (Silva, vice-presidente artístico da Record) não gostava da cena, reprovava a atitude do personagem – eu não. E ele me permitiu contar do meu jeito. É a prova maior da minha liberdade nesse trabalho e nessa casa.
Houve imprevistos durante as gravações, como a saída repentina de uma atriz e a mudança de diretor. Foi difícil lidar com situações como estas?
Faz parte.
Embora tenha sido aclamada pela crítica, a trama infelizmente não foi um estouro de audiência. Tem alguma teoria que explique isso?
Fizemos uma novela de tema adulto num tempo de infantilização da TV. Também houve erros de estratégia de programação, especialmente quanto a horários.
Quem pode ser apontado como destaque da novela? Teve alguma surpresa específica?
Tinha duas certezas, Paloma e Vitor Hugo. Certezas que se confirmaram. Inteligentes, vibrantes, exuberantes. Tinha duas apostas baseadas no meu instinto, no meu faro e nos trabalhos anteriores deles, Fernando Pavão e Felipe Cardoso. Superaram e muito minhas expectativas. Leitura inteligente, postura profissional, foi ótimo arriscar neles e ganhar. Ddois atores sem medo de escorregar na casca de banana ou encararem a força e a fragilidade com a mesma vontade. Queria muito traballhar com Simone Spoladore, foi muito bom. Idem com Juliana Didone.
Também houve reencontros com atores que já tinham atuado em outras tramas suas.
Adorei reencontrar Iran, Claudinho, Daniel del Sarto, Bianca Biygton (nosso primeiro trabalho foi há 22 anos em "Perigosas Peruas", adoro Bianca). Sei que estou devendo falar de gente excepcional mas é complicado a essa altura. Estou envolvido na edição do capítulo final e vou cometer muitas injustiças. E dois reencontros mágicos: Tatty Goulart, com quem trabalhei lá em "Quatro por Quatro" quando era uma menina e vejo que continua a mesma atriz firme e inteligente de sempre. E, claro, sempre, Betty Lago, uma das pessoas mais importantes da minha vida e uma das que melhor lê meu texto há exatos vinte anos. Somos, com certeza, companheiros de viagem.
Se incomoda com quem destaca suas tramas pelos tão falados descamisados?
Não tenho culpa se as pessoas não tem mais nada a dizer. A essa hora já transformei em deboche. Acredito, no fundo, que é gente que não assiste o produto que comenta e que se apega a qualquer rótulo pra parecer que assistiu. Modéstia a parte, tenho coisas muito mais importantes do que essa brincadeira que, para mim, virou o equivalente as passagens de Hitchcock em seus filmes.
Pretende seguir escrevendo novelas ou prefere apostar em seriados? Já tem algum outro projeto em vista?
Ambas as coisas. Tenho alguns projetos na cabeça. Agora é desenvolver.
Por fim: a Record está guardando a sete chaves o último capítulo da novela. Dá pra revelar algum segredo?
Você vai cair pra trás, tenho certeza. É só isso que posso dizer.
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