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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

"Vamos ter minisérie quente", diz diretor de "O Canto da Sereia"

Captar uma Bahia documental, sem cair nas "armadilhas" que aquele cenário de Dorival Caymmi costuma pregar em quem se dispõe a registrá-la: essa foi a meta estabelecida por José Luiz Villamarim, diretor-geral da microssérie O "Canto da Sereia", para a concepção da nova produção da Rede Globo. E que armadilhas são essas Zé? "É o que o (ator) João Miguel fala: você vai se encantar com aquele cenário, aquelas pessoas e começa a fazer muita graça com isso", explica o diretor. Sem desmerecer a Bahia alegórica vista em outras produções, o diretor cita aquela máxima de que baiano não nasce: estreia. E é sempre o último a falar, sabe como encantar o seu interlocutor.
Daí o propósito de buscar uma Bahia contemporânea, cosmopolita, e tentar escapar da Bahia de Jorge Amado, mais farsesca. Assim como a protagonista da série, Villamarim emendou o expediente atual com "Avenida Brasil", novela em que assinava a direção-geral ao lado de Amora Mautner. Era ele o responsável pelo primoroso núcleo do lixão, com Mãe Lucinda (Vera Holtz) e Nilo (José de Abreu), entre outros destroços do Divino. 
Entre uma cena e outra, Villamarim conta que conversou muito com Carvalho, a quem chama de "Waltinho", sobre a "querência" despertada por um local ou por uma prosódia, como acontece em Salvador. "A gente conversou muito sobre o que é esse Brasil."
A câmera, uma Alexia digital - a melhor que existe hoje, segundo o diretor -, também conspirou a favor da fluidez do ator em cena. Ela elimina a "dureza" das câmeras analógicas e "amacia", como ele diz, a imagem, lhe emprestando uma textura de "veludo". "Não quero pensar que quero este determinado quadro, não é o quadro que me interessa, é o que vai ter de verdade nessa cena, mas é claro que tem uma fotografia caprichadésima, uma luz, a gente tem a paleta da cor, que tem um peso importante: vamos fazer uma minissérie quente."
Não que ele queira reinventar a roda. Sabe que nada assim tão inédito pode ser feito, mas persegue a ideia de fazer um produto "com frescor", de "cara nova", aproveitando os recursos técnicos que a televisão dispõe hoje.

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