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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Receita sobe, audiência desce

O que explica o fato de a TV Globo perder audiência e, apesar disso, seguir ampliando o seu faturamento?
Em 2007, a emissora teve 20,3 pontos de média nacional no Ibope, e sua receita foi de R$ 6,7 bilhões. Até novembro de 2011, registrou 17,8 pontos, mas o saldo deve fechar em quase R$ 11 bilhões (cada ponto no Painel Nacional de Televisão equivale a 185 mil domicílios).
Além disso, a Globo comemora o fato de a TV aberta ter ficado com 63% do investimento publicitário no país, a maior fatia dos últimos anos, apesar das novas mídias.
Pesquisa da FGV-SP aponta que uma das razões é o fato de as redes de TV darem bônus para que as agências de publicidade direcionem anúncios para seus canais.
Publicitários ouvidos pela Folha dizem que a Globo mantém forte influência institucional sobre agências e anunciantes. E seguirá assim, por de "cinco a dez anos".
E tem mais, diz a Central Globo de Comunicação: "Estamos comemorando que a TV aberta terá a maior participação no bolo publicitário dos últimos anos, 63%".
Credita os resultados ao "fato de que a TV aberta nunca esteve tão bem", com o telespectador ampliando "sua permanência em frente à TV" e com aumento no "número de aparelhos por lar". Daí por que "está cada vez mais forte na preferência dos brasileiros e também do mercado publicitário".
Estaria "cada vez mais relevante para os anunciantes, pelos resultados efetivos que oferece de vendas e de imagem e prestígio".
A Globo reconhece a perda de ibope, mas credita a "outros aparelhos" (videogame, DVD), não à concorrência de Record e SBT, que seguem nos "mesmos 13 pontos". 
Walter Zagari, vice-presidente da Rede Record, se permite discordar. "Estou nesse negócio há muitos anos e há tempos busco uma explicação, sem encontrar", diz. "Meu objetivo é ter, no menor prazo possível, uma distribuição justa entre share [fatia] de audiência e de faturamento."

 Nelson de Sá

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