Para tentar impedir a implosão do Clube dos 13, o membro e presidente do Atlético/MG, Alexandre Kalil, chegou a sugerir que a Rede Globo tivesse um "ágio" de 30% sobre as demais propostas (leia-se a da Record), na disputa pela transmissão do futebol Brasileiro de 2012, 2013 e 2014. Os canais disputam os direitos pela exclusividade.
Quem vetou esse índice de ágio foi o próprio bispo Honorilton Gonçalves, vice-presidente da Rede Record.
Kalil argumentava que a Globo tem mais audiência que todas as demais, e que por isso teria um "ágio" a seu favor. Em outras palavras, ela podia pagar menos, pois a exposição da marca e o valor dos anúncios seria maior e mais rentável, compensando a perda.
Pelo raciocínio de Kalil, se a Globo oferecesse R$ 500 milhões por cada ano de campeonato, e a Record oferecesse R$ 640 milhões, a vitória seria da Globo, pois seria levado em conta seu impacto em audiência e no faturamento geral.
Feita a proposta, um dos integrantes telefonou para o bispo Gonçalves e lhe perguntou se aceitava essa condição: Honorilton disse que só aceitava 10%. E desligou o telefone.
O Clube dos 13, então, baixou a expectativa inicial e passou a apresentar a proposta de ágio a favor da Globo de 10%, conforme antecipou o blog de Juca Kfouri
A implosão do Clube dos 13 começou de fato ontem, quando o Corinthians anunciou que negociaria seus direitos em separado. O clube exigia receber mais que os outros na divisão do bolo, pois seus jogos têm mais ibope que os demais. O Flamengo alegou o mesmo, e deixou a entidade com os demais grandes, conforme Ooops! antecipou ontem.
No ano passado, o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) acabou com o monopólio da Globo na transmissão do futebol brasileiro e decidiu que as demais emissoras tinham direitos iguais. Com isso, o Clube dos 13 decidiu fazer um edital no qual as propostas seriam entregues lacradas. A maior, venceria.
Com medo e desconfiança de ver sua marca e seus jogos somente na Record, e ainda sofrer represálias da Globo (por exemplo, exibindo blockbusters no horários dos jogos, e ignorando sua presença no noticiário dos clubes), alguns times passaram a temer as consequências. Corinthians e Flamengo ficaram então do lado da Globo. O São Paulo fechou com a Record. E o tempo, em si, fechou para todos.
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