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domingo, 31 de maio de 2009

A guerra dos sexos nos bastidores de uma emissora de TV

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Nos bastidores da novela "Poder Paralelo", da Rede Record, desenrola-se uma inusitada "guerra do sexo". De um lado está o autor Lauro César Muniz, apoiado pelo diretor Ignácio Coqueiro e pelo elenco. De outro, os bispos que dirigem a emissora, ligada à Igreja Universal do Reino de Deus. Sob a justificativa de que a história é "adulta", Muniz carregou na pimenta. A cúpula da Record reeditou capítulos à revelia do noveleiro, para extirpar cenas de nudez e falas de conteúdo sexual explícito. Recentemente, Muniz irritou-se com o corte de uma sequência em que o delegado Téo (Tuca Andrada) fazia comentários sobre a calcinha da namorada. O caldo entornou de vez há dez dias, quando a atriz Paloma Duarte abandonou a gravação porque fora suprimida uma cena com insinuações de lesbianismo. Diante da revolta dos artistas, chegou-se a um meio-termo: a cena foi gravada com menos cortes do que a emissora gostaria. Deverá ir ao ar nesta segunda-feira.

Na cúpula da Record, há uma certa divisão entre bispos pudicos e liberais (não acredito em bispos púdicos ou liberais, todos seguem a linha defendida pelo quem manda, o bispo Macedo). Tudo indica, porém, que na decisão de tesourar cenas ousadas o que prevaleceu não foram considerações teológicas, mas razões comerciais (nas quais as duas facções concordam). Os bispos temem que o sexo afugente os espectadores, supostamente de perfil conservador, das classes C, D e E, seu público-alvo. A maneira como a direção da emissora promoveu os cortes foi desastrada. Tudo foi feito à revelia do núcleo criativo da novela, que agora incorporou um espírito de desforra: o sexo está mais presente do que nunca, ainda que apenas à contraluz. Mas também não há por que tachar os bispos de censores neste episódio. Os pedaços ceifados não fazem falta à narrativa. O espectador foi poupado de frases como "a gente está no cio", digna de uma canção de Wando. E, mesmo com os cortes, ainda vão ao ar diálogos como o que se viu na última terça-feira: numa alusão à cena famosa do filme "Último Tango em Paris", um personagem sugeriu à sua patroa o uso de manteiga numa relação sexual. Precisa mais?



MEU COMENTÁRIO: Na intenção de inovar, se algumas cenas tem realmente alguns diálogos envolvendo filme polêmico, eu também acho muito pesado alguns textos. Tem que manter o equilíbrio não porque a emissora pertence a igreja Universal ou é controlada por bispos que tem a confiança do dono Edir Macedo, mas porque alguns adultos que acompanham a novela com certeza não concordam em ouvir tais diálogos, como eu. Realmente é muito pesado.
Pode-se fazer cenas sensuais sem apelar para o vulgar. Se gostam de copiar, porque não copiam as cenas de novelas da Globo, que tem feito cenas sensuais sem serem vulgares?
Um exemplo muito claro de cenas assim feitas pela Rede Globo foi a primeira noite de amor entre Bahuan (Márcio Garcia) e Maira (Juliana Paes) em "Caminho das Índias", que teve várias posições do Kamasutra, mas em nenhum momento eu me senti ofendido com com vergonha de ver a cena. A cena foi muito bem feita e não ficou ne um pouco vulgar.

Fonte: Televisão - Veja (Marcelo Marthe)

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